Criadora de Friends inicia uma ação de reparação histórica
No quesito representatividade, durante 10 longas temporadas, poucos atores negros atuaram em primeiro ou segundo plano
Como ato de reparação histórica, a co-criadora de um dos seriados mais famosos do cinema mundial, Friends, Marta Kauffman, doará US$ 4 milhões para estudos e pesquisas sobre diversidade.
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A autora declara se sentir “culpada” pela predominância de somente um fenótipo na comédia. A doação financiará 78 Estudos Africanos e Afro-Americanos na Universidade Brandeis nos EUA.
A série, realmente, peca em diversidade e se contradiz ao ponto que Nova York (cidade onde o enredo acontece) é comumente associada às diversidades étnicas e culturais do mundo inteiro.
Ao ponto que os 6 personagens principais possuem equidade de gênero sendo do total 3 mulheres: Rachel, Monica e Phoebe e 3 homens: Joey, Ross e Chandler, todos são brancos e correspondem somente ao fenótipo americano.
Charlie Wheeler, interpretada pela atriz Aisha Tyler, é a única personagem relevante negra que a série apresenta e, mesmo assim, ela só estreia em 9 episódios.
Marta K. admite em entrevista para o jornal “Los Angeles Time” ter mudado de pensamento durante os últimos anos e que sentiu necessidade de tomar uma atitude em relação às escolhas para a produção.
“Admitir e aceitar a culpa não é fácil. É doloroso se olhar no espelho. Estou envergonhada por não saber melhor há 25 anos”.
Kauffman declara que motivação para sua ação foi a morte de George Floyd em 2020, o cidadão afro-americano foi assassinado estrangulado por um policial branco, durante uma abordagem por supostamente usar uma nota falsificada de vinte dólares em um supermercado.
“Foi depois do que aconteceu com George Floyd que comecei a lutar com o fato de ter comprado o racismo sistêmico de maneiras que nunca soube”, explicou a escritora.