Estudo revela SÉRIOS riscos genéticos por trás do uso de cannabis
Estudo abrangente analisa dados genéticos de mais de 1 milhão de pessoas e indica variantes genéticas associadas ao transtorno e suas implicações em outras condições de saúde.
Em um estudo abrangente que integrou informações genéticas de mais de 1 milhão de indivíduos, cientistas começaram a decifrar a genética por trás do transtorno por uso de cannabis.
Esse transtorno é caracterizado pelo desenvolvimento de tolerância à substância e pela dificuldade em reduzir seu consumo, apesar dos impactos negativos na vida e na saúde dos indivíduos.
Os pesquisadores identificaram variantes genéticas ligadas ao risco de desenvolvimento do transtorno por uso de cannabis, revelando pontos-chave de variação genética, denominados “loci”, associados a esse quadro.
Essas descobertas foram o resultado da análise de dados do Programa Milhões de Veteranos, que incluiu informações médicas e genéticas de veteranos dos EUA, totalizando mais de 1 milhão de participantes, dos quais cerca de 64.000 foram diagnosticados com o referido transtorno.
O estudo, publicado na revista Nature Genetics, identificou 22 loci relevantes para pessoas de ascendência europeia, dois para africanos, dois para o Leste Asiático e um para indivíduos de ascendência mista.
Os achados sugerem a necessidade crucial de ampliar o recrutamento fora de grupos de ascendência europeia para uma melhor compreensão das variantes genéticas em diferentes populações.
As variações genéticas frequentemente identificadas estavam associadas a genes relacionados aos neurônios, especialmente próximos a genes cruciais para o sistema de recompensa cerebral e o vício, como o receptor de dopamina.
No entanto, os receptores canabinoides, alvos diretos dos compostos da cannabis, não foram proeminentes nos resultados, indicando interações cerebrais distintas em relação ao transtorno por uso de cannabis.
Estudo aponta variações genéticas relacionadas ao uso da cannabis. – Imagem: Narconon/Reprodução
Além das associações diretas, o estudo revelou ligações entre o transtorno por uso de cannabis e tabagismo, dependência de substâncias, sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e até mesmo uma possível relação com o câncer de pulmão.
Contudo, são necessárias pesquisas mais aprofundadas para entender completamente essas interações e discernir até que ponto fatores como o tabagismo influenciam nessas associações.
A equipe enfatiza a importância de investigações adicionais para compreender melhor as relações genéticas e seus impactos na saúde, buscando esclarecer os mecanismos por trás das associações entre o transtorno por uso de cannabis e outras condições.