Barbas e bigodes têm história BIZARRA que pouca gente conhece

A naturalidade com que se vê uma barba hoje não é a mesma do passado. Ela chegou a ser proibida em exércitos da Grécia e Roma antigas.

A história de barbas e bigodes é mais impressionante do que você pode imaginar, remontando a episódios históricos de mais de 2 mil anos atrás.

Elas foram colocadas no centro da história, depois que as tropas de Alexandre, o Grande, ficaram em desvantagem numérica durante uma batalha crucial na Ásia.

O imperador percebeu que estava fácil demais para os inimigos derrotarem seu exército, pois eles estavam agarrando os soldados pela barba. Ao notar isso, Alexandre ordenou que toda a tropa se barbeasse.

A medida foi suficiente para gerar um tremendo sucesso de Alexandre no campo de batalha e tornou-se tendência entre os gregos e romanos pelos 400 anos seguintes.

A informação foi divulgada pelo historiador Christopher Oldstone-Moore, que escreveu um livro sobre a história dos pelos faciais.

Barba pequena virou sinônimo de sucesso nas batalhas do período macedônico. Foto: Reprodução

Virada de comportamento

A ordem de Alexandre, o Grande, é considerada, pelo pesquisador, um ponto de virada na evolução histórica das barbas e bigodes.

Ele faz uma conexão interessante em seu livro: “a história dos homens está literalmente escrita em seus rostos”, escreve.

Essa constatação é suficiente para afirmar que, bem antes dos movimentos modernos No-Shave November ou Movember, que visam promover a investigação do câncer e outras causas, a tendência já existia.

As escolhas e definições sobre os pelos faciais aumentaram e diminuíram ao longo do tempo, conforme a importância e o significado social de estar barbeado ou de bigode.

Elas foram significativas, por exemplo, para a identificação de comunidades e religiões no mundo todo.

O ato de se barbear

Retirar a barba é algo que surgiu no período dos sumérios e egípcios. Eles usavam navalhas de cobre e bronze para raspar os pelos, por mais que a maioria dos homens preferisse manter como estava.

Os pelos no rosto foram e ainda são associados à masculinidade e, até mesmo, ao poder patriarcal. No Egito antigo, por exemplo, faraós chegaram a usar barbas artificiais para simbolizar o poder.

O historiador Will Fischer analisou centenas de fotos de homens europeus, registradas entre 1500 e 1600.

Para cada indivíduo sem barba, havia outros dez com barba, e nos mais variados estilos: corte quadrado, fino, angular e até o chamado “rabo de andorinha”.

Relação com a saúde

A questão foi analisada, também, sob a perspectiva da medicina. Médicos da Renascença chegaram a escrever que a barba estava diretamente ligada à produção de sêmen.

Essa ideia, inclusive, era algo que havia sido cogitado também por cientistas da Grécia. Eles diziam que os homens tinham um “calor vital” que influenciava no tamanho, na força e na pilosidade da barba.

Por volta do ano de 1160, a alemã Hildegard de Bingen afirmou que os pelos faciais nasciam, especialmente, ao redor da boca, e não na testa, por causa do “hálito quente dos homens”.

Já em 1700, alguns séculos depois, o ato de barbear voltou a ser de bom tom e um comportamento quase obrigatório, pois era visto como algo respeitoso e de cavalheirismo.

No local de trabalho

A situação se estendeu até o início de 1900, quando os locais de trabalho também regulamentaram a manutenção de pelos faciais. Fazer a barba era considerado um sinal de profissionalismo e higiene.

Nos Estados Unidos, o tema se tornou pauta até na Suprema Corte e motivou movimentos de rebeldia por parte de trabalhadores que não queriam seguir as regras estipuladas pelos empregadores.

Hoje, a situação é bem diferente. A relação com a barba tornou-se algo mais natural e menos debatida. A liberdade é maior e existe, inclusive, uma grande variedade de produtos e serviços voltados para a barba masculina.

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