RJ em alerta contra a esporotricose: cidade registra aumento de mais de 260% em 10 anos
Registros da doença são mais recorrentes em crianças menores de 15 anos.
A esporotricose, doença fúngica transmitida por cães e gatos, tem se tornado uma preocupação crescente no estado do Rio de Janeiro. Isso porque, nos últimos dez anos, os casos dessa enfermidade registraram um alarmante aumento de mais de 260% na região.
Em 2013, o estado do Rio registrou 579 casos da doença e agora o aumento foi expressivo, registrando 1.518 casos até o fim do ano passado. Os principais registros estão entre crianças e adolescentes – no caso de menores de 15 anos, os registros saltaram de 26 para 196, aumento de 750% dentro de dez anos.
“Temos o Rio de Janeiro como epicentro, com uma situação de hiperendemia de esporotricose zoonótica, desde a década de 1990, transmitida por gatos, que já se instruiu para outras regiões do país e países vizinhos”, explica a dermatologista Regina Schechtman, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBDRJ).
Além da forma mais comum de transmissão por animais infectados, a doença pode ser adquirida pelo contato de objetos infectados que perfuram a pele, como gravetos, espinhos ou farpas.
Depois da alta nos registros da doença, os dados foram notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan).
Conheça os sintomas e tratamentos para a esporotricose
A esporotricose apresenta uma variedade de sintomas que dependem da forma como a infecção se manifesta. Na forma cutânea, que é a mais comum, ocorrem lesões na pele, como úlceras, feridas e nódulos. Essas lesões são frequentemente dolorosas e podem se espalhar para outras partes do corpo ao longo do tempo.
A esporotricose pode se manifestar em diferentes formas, sendo as mais comuns a forma cutânea e a forma linfocutânea.
A forma cutânea é a mais frequente e afeta principalmente a pele. Caracteriza-se pelo aparecimento de úlceras, feridas e nódulos na região infectada. Essas lesões podem ser dolorosas e se espalhar gradualmente pelo corpo.
Já a forma linfocutânea ocorre quando a infecção se espalha pelos linfonodos adjacentes à área afetada. Nesse caso, além das lesões cutâneas, os linfonodos podem ficar aumentados, dolorosos e com presença de pus.
O tratamento da esporotricose geralmente envolve o uso de medicamentos antifúngicos administrados por um período prolongado, muitas vezes de meses a um ano.
A duração do tratamento pode variar de acordo com a gravidade da infecção. Além disso, a drenagem de abscessos e cuidados locais das lesões também podem ser necessários.