Cobras conseguem ouvir? Pesquisadores australianos desvendam esse mistério
Ao todo, o estudo envolveu 19 cobras mantidas em laboratório.
Lembra daquela música que cantávamos quando éramos crianças? Atenção, millennials, temos certeza de que vocês se lembram deste single: “A cobra não tem pé, a cobra não tem mão, como é que a cobra sobe no pezinho de limão?”.
Na inocência infantil dessa canção, havia um entendimento de que, já que a cobra não tinha membros como os nossos, ela não seria capaz das mesmas habilidades. Mas, afinal, as cobras conseguem ouvir?
Por muito tempo, era comum pensar que os ofídios (grupo de animais que inclui as cobras) não tinham capacidade alguma de audição. E que somente localizavam os outros seres por meio das vibrações do solo e do calor que esses outros corpos emanavam.
Mas os pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, não estavam satisfeitos com esse entendimento. Depois de uma série de testes, eles descobriram que, além das vibrações do solo, as cobras conseguem ouvir e reagir a sons ambientes (vibrações sonoras).
A doutora Christina Zdenek, integrante da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Queensland, conta um pouco do processo usado no estudo:
“Nossa pesquisa – a primeira do tipo usando cobras não anestesiadas e em movimento livre – descobriu que elas reagem a ondas sonoras que viajam pelo ar e, possivelmente, a vozes humanas […]. Nós tocamos um som que produziu vibrações no solo, enquanto os outros dois eram apenas aéreos.
Isso significou que fomos capazes de testar os dois tipos de ‘audição’ – a audição tátil através das escamas da barriga das cobras e a transportada pelo ar através do ouvido interno.”
Sim, cobras ouvem
Para realizar o estudo, os pesquisadores australianos utilizaram ao todo dezenove cobras criadas em cativeiro. A fim de testar a capacidade auditiva delas, cada cobra separadamente foi exposta a três frequências sonoras diferentes. Ao observar as reações, os pesquisadores perceberam que cada gênero de serpente apresentava uma resposta diferente.
As cobras do tipo píton woma geralmente se moviam em direção ao som, por exemplo. Enquanto as de outros gêneros costumavam ser mais defensivas e cautelosas, afastando-se dele.