Paixão por vulcões inspira excelente documentário indicado ao Oscar
Produção poderá ser encontrada no Disney+.
No início dos anos 1990, um casal apaixonado por estudar vulcões acabou sendo morto após viajar para o Japão a fim de acompanhar a erupção do Monte Unzen.
O casal, composto por Katia e Maurice Krafft, tinha como objetivo gravar algumas cenas daquele momento para que as autoridades pudessem ter a consciência da magnitude dos problemas de pessoas morarem próximo a locais de risco.
O fato que inspirou o casal a tomar tal decisão de ir ao Japão foi um caso ocorrido nos anos 1980, registrado na Colômbia, quando um vulcão entrou em erupção e acabou descongelando as geleiras.
Como resultado, um evento chamado lahars, isto é, uma espécie de avalanche composta por barro e alguns resquícios vulcânicos, aconteceu e matou mais de 23 mil pessoas.
Horrorizados com tudo isso, o casal ficou sabendo que alguns dias antes as autoridades haviam sido notificadas, mas nada fizeram a respeito.
Diante disso, o casal ficou tão indignado que resolveu gravar de perto o evento ocorrido no Japão, nem que isso custasse suas vidas, mas que, pelo menos, fosse capaz de conscientizar os líderes.
A história acabou rendendo um documentário chamado “Vulcões: A Tragédia de Katia e Maurice Krafft”, e está entre uma das categorias do Oscar 2023. Se você quiser conferi-lo, basta acessar ao streaming do Disney+.
Uma paixão além da vida
Embora o casal tenha sido morto enquanto estava registrando alguns momentos do vulcão localizado no Monte Unzen, no Japão, o seu amor por conhecer mais sobre esse assunto era muito profundo, tanto para Katia como para Maurice Krafft.
Ambos se conheceram enquanto estavam estudando na faculdade e, segundo Katia, a razão para terem escolhido estudar mais sobre vulcanologia era a decepção com a humanidade.
Leia um trecho mencionado por Katia Krafft:
“Começamos na vulcanologia porque estávamos decepcionados com a humanidade. E, como um vulcão é maior do que os homens, sentimos que era do que precisávamos.
Algo além da compreensão humana. Quando você vê uma erupção, não consegue mais viver sem, porque é tão grandioso, tão forte, que temos um sentimento de insignificância.“
De acordo com uma vulcanóloga que chegou a ter contato com o casal, chamada Rosaly Lopes, o Katia e Maurice apenas conseguiram fazer o que fizeram porque ambos apoiavam um ao outro e concordavam entre si que essa era a melhor escolha.
Ela ainda acrescenta que o relacionamento dos dois só tinha lugar para eles e os vulcões. Sem dúvida alguma, eles partiram deixando para trás um legado de paixão e certeza daquilo que desejavam.