Visa e Masterdcard podem ser processadas por vídeo ligado a abuso infantil
Visa e a Mastercard passaram a divulgar que seus investimentos em uma plataforma de publicidade chamada Traffic Junky está encerrada
Em uma tentativa de não ser processada devido a um caso de abuso infantil anunciado em 2014, a Visa e a Mastercard passaram a divulgar que seus investimentos em uma plataforma de publicidade chamada Traffic Junky está encerrada. A rede é popularmente conhecida por realizar anúncios em inúmeros sites pornográficos da MindGeek.
O caso descoberto em 2014 dizia a respeito sobre um vídeo com conteúdo sexual envolvendo uma garota de apenas 13 anos que foi lançado no Pornhub, site que pertence a MindGeek.
Segundo dados disponibilizados, a adolescente teria entrado em contato com o site, se passando pela mãe, e exigido a retirada do conteúdo, no entanto, a plataforma do site demorou alguns dias para cumprir a solicitação. Ao tardar para remover o conteúdo, diversos usuários do site realizaram o download do vídeo e em pouco tempo o conteúdo já estava presente novamente nas redes, no entanto, desta vez com um número muito maior de visualizações.
Após o início do processo em 2021, na última sexta-feira de julho, o juiz Cormac J. Carney afirmou que a Visa poderá ser processada por estar ligada a monetização dos vídeos de abuso. Confira:
“O Tribunal pode inferir confortavelmente que a Visa pretendia ajudar a MindGeek a monetizar a pornografia infantil pelo próprio fato de que a Visa continuou a fornecer à MindGeek os meios para fazê-lo e sabia que a MindGeek estava de fato fazendo isso”, disse Carney.
Ao ser anunciado, a empresa paralisou suas transações com a empresa publicitária e, segundo o CEO da Visa, Alfred Kelly, a companhia irá continuar tomando as medidas cabíveis para a situação.
“Temos tolerância zero para atividades ilegais em nossa rede. Continuaremos a acompanhar este caso e tomaremos outras medidas, conforme o necessário”.
Ela também reforçou seu repúdio, em uma entrevista a BBC, sobre conteúdo de abuso infantil.
“Esta decisão pré-julgamento é decepcionante e descaracteriza o papel da Visa e suas políticas e práticas. A Visa não tolerará o uso de nossa rede para atividades ilegais. Continuamos a acreditar que a Visa é uma ré imprópria neste caso.”