V-Dem emite relatório com dados sobre o aumento de ditaduras no mundo
Entenda os motivos desse fato e o que o relatório diz sobre o Brasil.
O relatório anual produzido pelo instituto V-Dem, da Universidade de Gotemburgo, mostra que o mundo vive uma crescente onda de “autocratização”.
De acordo com o documento, que se baseia em diferentes características e dados sobre os países, como violência policial e liberdade de imprensa, cerca de 72% da população vivem em regimes autoritários.
Dados do relatório
Dentre os 180 países onde coletaram os dados, apenas 32 se classificam como democráticos, enquanto 33 são ditatoriais. Esse número despencou desde 2009, quando havia 44 países democráticos.
As “autrocracias eleitorais”, como Iraque, Egito e Venezuela, assim chamadas pelo documento, ficam no caminho entre a democracia e um sistema ditatorial. Nelas, até existem eleições, porém o nível de confiabilidade dos resultados é muito baixo e o direito de expressão não é para todos.
Embora o autoritarismo pareça estar em constante crescimento, oito dos países da análise apresentaram uma melhora significativa, como Bolívia, Coreia do Sul, Zâmbia e Equador.
Dentre os fatores que explicam essas mudanças nos sistemas políticos, estão as vastas mobilizações populares, a transparência nas eleições e a atuação do judiciário justamente com o apoio de países democráticos.
A autocratização tem como definição o aumento da censura e ameaças às liberdades dos cidadãos de um país. Além da desinformação e polarização política.
Poucos países são classificados com democracia plena, alguns deles são: Uruguai, Alemanha e Japão.
Situação do Brasil, segundo a análise
O documento cita também o termo “democracia falha”, em que se enquadram os países cujas eleições são respeitadas e limpas, porém alguns fatores encontrados em sistemas plenamente democráticos ainda são um problema.
Dentre os países listados com esses aspectos, está o Brasil. O país já aparece pela quarta vez seguida entre os que mais se autocratizam no mundo. Nos últimos anos, o cenário político tem se tornado ainda mais preocupante, com ataques ao sistema eleitoral e a divulgação de falsas informações.
Devido à recente eleição que levou Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, o estudo projeta que podem haver melhorias para o Brasil, já que o atual presidente possui um grande histórico de defesa a instituições democráticas.