Uso de IA em filmes não impede participação no Oscar, decide Academia
Prêmio mais prestigiado do cinema nos EUA agora considera elegíveis filmes que utilizam inteligência artificial em suas produções.
A incorporação de inteligência artificial na produção cinematográfica ganhou um novo status na indústria, especialmente com o recente anúncio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar.
A organização revelou suas regras para a 98ª edição da premiação, permitindo que filmes que utilizam IA generativa possam ser indicados ao prêmio.
Desde 2023, a presença da IA nos bastidores dos filmes tem sido um tema central de discussão, culminando em debates acalorados em 2025.
A tecnologia, que revolucionou diversas etapas do processo cinematográfico, agora é oficialmente reconhecida pela Academia, desde que a autoria humana permaneça no centro da criação artística.
Alterações nas regras do Oscar
As novas diretrizes da Academia destacam que a tecnologia, por si só, não leva à indicação de um filme. A inovação está na avaliação do quanto a autoria humana foi determinante na obra.
Com essa postura, a Academia visa equilibrar a utilização de novas tecnologias sem deixar de reconhecer o protagonismo humano.
Contribuição da IA
Produções recentes como “O Brutalista” e “Emilia Pérez” ilustram bem o impacto da IA na indústria. Essas obras usaram ferramentas de IA para aprimorar aspectos vocais e visuais, trazendo mais autenticidade e precisão.
Outro exemplo é “Alien, Romulus”, que utilizou IA para recriar atores falecidos, gerando discussões éticas e emocionais.
Filmes indicados ao Oscar que utilizaram IA
A temporada 2024/2025 do Oscar foi marcada por filmes que abraçaram a tecnologia de IA. Entre eles, “Indiana Jones e o Chamado do Destino” trouxe o rejuvenescimento digital de Harrison Ford, enquanto “Um Completo Desconhecido” utilizou IA para substituir rostos digitalmente de maneira natural.
Em “Duna: Parte Dois”, houve automatização de efeitos visuais. Já em “Top Gun: Maverick”, a tecnologia foi aplicada na clonagem de vozes para personagens.
- “O Brutalista”: ajuste digital da pronúncia dos atores.
- “Emilia Pérez”: alteração digital de aspectos vocais da protagonista.
- “Alien, Romulus”: recriação do ator Ian Holm, falecido desde 2020.
- “Indiana Jones e o Chamado do Destino”: rejuvenescimento do personagem principal.
- “Um Completo Desconhecido”: substituição digital de rostos.
- “Duna: Parte Dois”: geração e aprimoramento de paisagens e outros elementos.
- “Top Gun: Maverick”: clonagem de vozes.
Impacto nas negociações sindicais
Em 2023, a introdução da IA em filmes gerou tensões significativas em greves de roteiristas e atores. Os acordos firmados resultaram em regras claras para o uso da tecnologia.
As produções agora devem obter o consentimento dos artistas para réplicas digitais e não podem creditar a IA como roteirista ou em material literário.
Com essas mudanças, espera-se que a indústria revele mais sobre os métodos e ferramentas de IA empregados em suas produções. No entanto, a aceitação do público ainda é incerta.
Será que o reconhecimento oficial do Oscar mudará essa percepção?