Verdade ou mentira? Tubarão-duende intriga cientistas, que investigam sua veracidade

Debate em meio à comunidade científica se tornou viral nas redes sociais.

Em 2020, Giannis Papadakis passeava pelas praias da Grécia, no verão de agosto, quando encontrou na areia uma criatura estranha de nariz comprido. Ele então tirou uma foto do espécime e enviou o registro para uma equipe de cientistas gregos, que deram à criatura o nome de tubarão-duende.

O animal inédito se tornou uma descoberta extraordinária, já que o espécime nunca havia sido visto nas águas profundas do Mediterrâneo. A descoberta ganhou publicação em 2022 na Revista Mediterranean Marine Science.

No entanto, no dia 22 de março deste ano, os autores da pesquisa fizeram uma retratação do registro do tubarão-duende. A ação foi resultado do questionamento de muitos especialistas sobre a autenticidade do espécime.

Isso tudo porque algumas críticas aprontavam que a criatura se parecia muito com um brinquedo plástico disponível no eBay, este que é mostrado logo abaixo:

Brinquedo parecia com possível espécime desconhecido
Imagem: DeAgostini Sharks & Co./Reprodução

Estaríamos diante de mais um caso parecido com o das sereias ou do chupa-cabra?

Entendendo o estudo do tubarão-duende

Os especialistas e pesquisadores que questionaram a publicação sobre o tubarão-duende apontaram várias falhas no processo formal da comunidade científica, como a revisão pelos pares (ou peer-review).

A revisão pelos pares consiste em quando pesquisadores de áreas semelhantes ao estudo examinam o mesmo conteúdo para que possam reconhecê-lo. Assim, tornam possível a publicação, isso de forma mais precisa.

Contudo, no caso da pesquisa do tubarão-duende, especialistas reconhecem que alguns periódicos possuem um padrão para publicação um tanto “frouxo”.

Além disso, os pares não são devidamente compensados pela revisão dos estudos, o que pode afetar o desempenho e a qualidade da revisão.

Por fim, a revisão da pesquisa aconteceu sobretudo on-line e por meio das mídias sociais.

Comentário de especialista

A respeito da autenticidade da pesquisa, Jürgen Pollerspӧck, fundador e editor do Shark References (um banco de dados de registros de tubarões e outros peixes cartilagíneos) e voluntário da Coleção Estadual Bávara de Zoologia em Munique, Alemanha, expressou seu posicionamento:

“Notei imediatamente o aspecto ‘não natural’ do tubarão […] Como esta espécie é um tubarão muito grande – espécimes adultos podem crescer até mais de seis metros [20 pés] – e a pesca no Mediterrâneo tem uma longa tradição, seria uma surpresa se um animal tão grande tivesse ficado por descobrir até hoje.”

E você, leitor, o que pensa sobre essa pesquisa: é verdadeira ou falsa? Conte-nos abaixo, nos comentários.

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