Testes em amostras de salame vendido em São Paulo apontam contaminantes
Dessas 14 marcas identificadas, 6 amostras tinham presença de contaminantes do grupo dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs).
Não dá para negar que, quando vamos ao boteco ou a outros lugares com os amigos, todo mundo acaba se rendendo ao salame. O petisco é ideal para comer com uma cervejinha enquanto rola um bate-papo bem bacana.
Entretanto, se você costuma ir a esses lugares com frequência, é interessante ficar de olho. Isso porque pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, em parceria com cientistas do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, analisaram cerca de 14 marcas comerciais do embutido.
Dessas 14 marcas identificadas, 6 amostras tinham presença de contaminantes do grupo dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), bastante prejudiciais à saúde humana e animal.
Simone Alves, pesquisadora do Núcleo de Contaminantes Orgânicos do IAL, falou um pouco sobre o período em que os testes foram aplicados e como aconteceu. Além disso, ela é uma das pesquisadoras responsáveis pela pesquisa.
“Nós avaliamos 22 amostras de salames comprados em supermercados e lojas de varejo na cidade de São Paulo entre 2019 e 2021. Duas amostras apresentaram contaminação por HPAs acima do limite máximo tolerável no Regulamento da Comissão Europeia.” – Simone Alves
Como é feito o teste de contaminação no salame?
As amostras de salame são trituradas, homogeneizadas e depois são submetidas a um método que foi completamente desenvolvido pelo grupo de pesquisa. O resultado apontou que 6 das 22 amostras (o que dá cerca de um terço ao todo) continham, pelo menos, um dos quatro HPAs buscados pelos testes.
Porém, você pode ficar tranquilo caso faça o consumo do embutido. Isso porque felizmente, na maioria das amostras positivas indicadas na pesquisa, a quantidade desses contaminantes estava bem abaixo do que é geralmente permitido por uma legislação europeia. Ela também foi adotada no Brasil como parâmetro por conta da falta de normas específicas.
Nas duas amostras identificadas como contaminadas, os pesquisadores notaram que, em seu rótulo, indicava que os salames foram defumados. Com isso, eles decidiram aplicar os testes na carne e na tripa com as quais o embutido é feito. Foram encontrados maiores teores contaminantes na tripa do que na carne das amostras.
Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos são uma classe de compostos que inclui mais de cem substâncias químicas que derivam da queima incompleta de matéria orgânica, como acontece com o carvão. As fontes mais frequentes disso são queimadas de matas, automóveis e diversos processos industriais, por exemplo.
E você gosta de salame?