É perigoso? Tempestade solar atinge a Terra com mais força que o previsto

Nas últimas quinta (23) e sexta-feira (24), já era previsto que uma tempestade solar atingisse a Terra, mas seu efeito sobre o planeta foi mais forte que o esperado.

As pessoas que moram nas longitudes mais altas costumam enxergar as famosas auroras boreais. Essas são lindas luzes dançantes vistas no céu noturno, porém não são todos que sabem como esses eventos se formam.

Acontece que a Terra possui um campo magnético muito poderoso, conhecido como magnetosfera. Junto a diversos outros fatores, esse é um dos elementos que proporcionam a vida em nosso pequeno planeta.

Isso porque o campo magnético da Terra é capaz de formar uma barreira protetora contra os ventos solares compostos principalmente por gases ionizados capazes de aquecer muito a temperatura do nosso planeta. Esses gases são conhecidos como Massa Coronal, expelidas pelo Sol através das Ejeções de Massa Coronal (EMC).

Uma das consequências do choque das EMC com a magnetosfera é o surgimento das auroras boreais (hemisfério norte) e austrais (hemisfério sul).

Porém, como muitos de nossos aparelhos tecnológicos utilizam campos magnéticos, as interferências causadas por esses eventos acabam gerando dificuldade na comunicação desses aparelhos.

Tempestade solar da última sexta

Agora que resumimos como ocorre o processo que causa esses eventos, vamos falar sobre o mais recente. No último dia 21, o Sol emitiu uma EMC que já havia sido prevista por especialistas, tendo seus efeitos esperados para os dias 23 e 24 de março.

Entretanto, o que não foi previsto foi a força com que esse evento afetaria a magnetosfera. Logicamente, esperava-se o que é conhecido como tempestade geomagnética, que é basicamente o encontro das EMC com a magnetosfera.

No entanto, previa-se que esse efeito estivesse na escala G2, o qual se traduz como efeitos moderados, mas o evento chegou à escala G4, ou seja, efeitos severos.

Isso aconteceu porque os fortes ventos solares, trazendo consigo a massa coronal, fizeram com que uma rachadura fosse aberta na magnetosfera, por consequência, escalando para o G4.

Logicamente, essa fissura se fechou cerca de 24 horas após o evento. Contudo, durante o evento, algumas ondas de rádios (que se usa para internet, por exemplo) foram afetadas ou bloqueadas.

Mesmo com as consequências para os aparelhos, o evento proporcionou outro fenômeno mais incomum, conhecido como STEVE. Por conta da rachadura, os gases do EMC conseguiram adentrar um pouco mais a atmosfera terrestre, criando um enorme feixe de luz vertical.

No entanto, o evento ainda contém muitos mistérios, principalmente devido a sua raridade, tendo sido descoberto apenas em 2017.

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