Melhor filme da história é pouco conhecido e você deveria assisti-lo

De maneira inédita, longa dirigido por uma mulher é eleito o melhor filme de todos os tempos pela Sight and Sound.

Em 2022, os críticos da revista de cinema britânica chamada Sight and Sound tomaram uma decisão que sacudiu as fundações da indústria cinematográfica: elegeram o filme ‘Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles‘ como o melhor longa de todos os tempos.

Essa decisão inevitavelmente deixou em segundo plano obras mais conhecidas na época, como as de Orson Welles, Alfred Hitchcock e Francis Ford Coppola.

Filme é inteiramente dirigido por uma mulher

O longa-metragem belga, dirigido por Chantal Akerman e lançado em 1975, destaca-se não apenas pela sua qualidade artística excepcional, mas por marcar um momento histórico: é a primeira vez em sete décadas que um filme dirigido por uma mulher não apenas entra no top 10 do ranking da revista, mas alcança o ápice da lista.

‘Jeanne Dielman’ apresenta a vida cotidiana de uma dona de casa e mãe viúva cuja existência é meticulosamente disposta em uma rotina diária que inclui tarefas domésticas e prostituição, meios pelos quais ela sustenta a si mesma e ao seu filho adolescente.

O filme, com duração de 3 horas e 22 minutos, é um estudo profundo sobre a monotonia e a opressão enfrentadas pela protagonista, capturadas através de uma câmera estática que quase nunca se move, simbolizando a prisão emocional e física de Jeanne dentro de sua própria vida.

Este reconhecimento não só honra a extraordinária habilidade de Akerman em narrar histórias que desafiam normas convencionais, mas reflete uma mudança significativa na indústria cinematográfica, que por muito tempo foi dominada por perspectivas masculinas.

‘Jeanne Dielman’ conquista marco inédito

O fato de ‘Jeanne Dielman’ ter sido escolhido como o número um, quebrando a hegemonia de ‘Cidadão Kane‘ após 40 anos de reinado, indica um avanço notável no apreço e na valorização do trabalho das mulheres no cinema.

Além de ser uma vitória para Akerman e seu filme, a escolha de ‘Jeanne Dielman’ como o melhor filme da história provocou um debate necessário sobre diversidade e inclusão no cinema.

Agora, discute-se não apenas a obra em si, mas a maneira como a indústria e seus críticos avaliam e reconhecem os filmes.

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