Idade apropriada? Tecnologia de reconhecimento facial em jogos poderá limitar o acesso dos mais jovens

A implementação de um sistema de reconhecimento facial em jogos permitiria a identificação da idade apropriada dos usuários. Apesar dos benefícios, a medida também gera algumas preocupações.

A tecnologia de reconhecimento facial pode chegar ao universo dos games. Ela permite a identificação de indivíduos com base em características faciais únicas com aplicações diversas, desde a segurança em dispositivos móveis até a facilitação de processos de autenticação em serviços online.

Nos Estados Unidos, a Entertainment Software Rating Board (ESRB), órgão responsável pela classificação etária de videogames no país, busca a aprovação de um sistema de reconhecimento facial que permitirá que os jogos identifiquem a idade adequada do usuário.

O funcionamento do programa é considerado simples: o usuário direciona a câmera do dispositivo para o rosto, o sistema verifica se há uma face humana no quadro e envia a imagem para um servidor para estimar a idade da pessoa. O processo de análise levaria menos de um segundo.

O que acontece caso o jogador seja identificado com uma idade inapropriada para o game?

Foto: Reprodução

Caso o sistema classifique o usuário com uma idade menor que a recomendada para o jogo, o acesso é negado. Além disso, o sistema pode ser utilizado como uma ferramenta de controle parental, permitindo que pais ou tutores gerenciem as permissões dos jogos para crianças e adolescentes.

De acordo com as informações reveladas, as imagens seriam excluídas imediatamente após a conclusão da análise. A ESRB também assegura que foram implementados vários métodos para evitar que crianças e adolescentes burlem a proteção.

Esse sistema é considerado um complemento aos métodos atuais e não um substituto. O registro do “Privacy-Protective Facial Age Estimation” foi feito em 2 de junho, mas foi divulgado recentemente, de acordo com informações dos sites GamesIndustry e PC Gamer.

Problemas de privacidade e discriminação

Apesar dos possíveis benefícios, essa proposta gera preocupações em relação à privacidade e discriminação nesses sistemas. Atualmente, essa é uma discussão ampla e que tem um papel significativo no debate sobre a utilização da tecnologia de reconhecimento facial.

No documento enviado à Comissão Federal de Comércio (FTC), a ESRB aborda os problemas decorrentes da tecnologia, especialmente a possível falha na identificação. Segundo os dados apresentados, a diferença nas taxas de rejeição entre gêneros e tons de pele é muito pequena.

A ESRB argumenta que, como acontece com qualquer sistema automatizado, tais problemas não são relevantes quando comparados aos benefícios do aumento da implementação da tecnologia, como o acesso dos pais a ferramentas de controle e proteção para os filhos.

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