Sem treta! Briga entre fãs de ‘Os Anéis do Poder’ e ‘Casa do Dragão’ é inútil

No momento em que foi anunciado que a série “Os Anéis de Poder”, da Amazon, criada por J. D. Payne e Patrick McKay, e “A Casa do Dragão”, da HBO, criada por George R. R. Martin e Ryan Condal, teriam suas datas de lançamento praticamente juntas, era quase inevitável que as pessoas as comparassem e as contrastassem em todos os níveis possíveis.  

Primeiramente, a diferença mais nítida entre as histórias de ambas as séries é o tom que elas transmitem em suas respectivas histórias. “Os Anéis de Poder” segue os passos da lendária franquia “Senhor dos Anéis”, de Peter Jackson. Nela, nós presenciamos paisagens únicas, bem como impressionantes cidades de elfos e homens, com cores brilhantes, muito vívidas e que são muito limpas e repletas de vida. 

Já no caso de “A Casa do Dragão”, ela acaba por ser uma série não tão positiva. Isso porque nela existem sete reinos e, em todos eles, as cores são em sua maioria escuras, mórbidas e monótonas. Mesmo os grandes salões, ou mesmo uma tumba de um grande dragão estão sempre mal iluminados e parecem sujos, impuros, malignos, asquerosos.  

Apesar de existirem também alguns elementos fantásticos presentes nessa última série, especialmente na forma como abordam o tema dos dragões, são as histórias humanas que possuem o destaque central na narrativa, e não os dragões. Com isso, essas criaturas, diferentemente do que o nome da série aparentemente sugere, não são os temas centrais da trama, mas, sim, os secundários.

A história de “A Casa do Dragão” está muito focada especificamente nos membros da Casa Targaryen, além de mostrar os conflitos políticos pela posse do poder entre aqueles que fazem parte de sua órbita, em vez de uma narrativa que poderia ser épica por meio do envolvimento das pessoas de todo o mundo unidas diante de um único grande mal. 

A própria questão do conteúdo também difere em ambas as séries, isso porque, no caso de “Os Anéis de Poder”, é mantida uma linha com violência controlada, além da castidade, como está presente nos filmes de Peter Jackson. Personagens ainda morrem e sangram, além de ser até mesmo possível ver algumas feridas graves de perto, mas raramente ficam por muito tempo presentes em cena. 

Por outro lado, em “A Casa do Dragão”, é mantida a tradição de “Game of Thrones”, em que o conteúdo sexual é muito frequente, reunindo também inúmeras cenas brutais de violência por meio das quais se pode ver cabeças esmagadas claramente, por exemplo. 

Em suma, com isso, é bem previsível que ambas as séries sejam postas lado a lado. Entretanto, isso se mostra, em geral, muito inútil, pois é evidente que cada uma das séries possui suas particularidades. Isso significa que ambas terão carências em alguns aspectos e fartura em outros. Devemos apenas aproveitá-las a seu modo.