São Paulo na rota dos dinossauros: descoberta de pegadas pré-históricas gera frenesi científico
Pesquisadores da USP e UFU descobrem pegadas de dinossauros de 100 milhões de anos no interior de São Paulo.
Um grupo de cientistas, liderado pelo Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) em colaboração com a Universidade Federal de Uberlândia, fez uma descoberta inédita no interior do estado de São Paulo.
Os pesquisadores encontraram pegadas de dinossauros que se destacam não apenas pelo tipo de registro, mas também pela época que essas pegadas representam, evidenciando os rastros de pelo menos três espécies distintas de animais pré-históricos.
Encontrar pegadas de dinossauro não é algo que ocorre com frequência, a menos que consideremos as semelhanças entre esses animais e as aves, como as galinhas.
O fato se torna ainda mais notável quando esses vestígios datam de cerca de 90 a 100 milhões de anos atrás e são descobertos no interior do estado de São Paulo, na cidade de General Salgado, próxima da divisa com Mato Grosso do Sul, a mais de seis horas de carro da capital paulista.
De acordo com informações da Folha de São Paulo, a equipe de cientistas de duas instituições universitárias realizou escavações nas pegadas impressas em uma rocha que pesa aproximadamente 100 quilos. Essa rocha faz parte de um bloco ainda mais extenso, dividido em três partes distintas. Os pesquisadores afirmam ter identificado as marcas deixadas por três espécies de animais diferentes.
O primeiro desses rastros corresponde a um terópode, uma categoria de dinossauro bastante reconhecida por se locomover em duas patas e que é frequentemente associada à icônica imagem do filme “Jurassic Park”. Esses dinossauros geralmente são carnívoros, como o Tiranossauro Rex e o Velociraptor.
Quanto aos outros dois rastros, tudo indica que pertencem ao grupo de herbívoros, sendo um deles de um saurópode, um dinossauro de quatro patas, e o outro de um ornitópode, um dinossauro que se deslocava em duas patas.
Em entrevista ao portal, Marcelo Adorna, da Universidade Federal de São Carlos, afirmou:
“Pode ser que ali estejam representados pelo menos três animais diferentes, que tem um terópode é indiscutível pelos três dedos bem visíveis com uma garra, e pode ser que talvez tenha um outro que tem a forma mais arredondada, como cascos, e um terceiro bem circular, que pode ter sido um filhote de saurópode. São interpretações que a gente faz depois, em laboratório.”
Não foram identificados quaisquer outros vestígios ou pegadas nas rochas, tornando praticamente impossível a determinação precisa das espécies.
Outras investigações para descobrir dinossauros
Imagem: Reprodução
Esta não é a única iniciativa realizada no interior do Brasil em busca de vestígios de dinossauros. Uma expedição conhecida como “Trilha dos Dinossauros”, liderada pela Universidade de São Paulo (USP) e envolvendo a colaboração de diversos museus e institutos, está atualmente explorando 24 municípios do estado de São Paulo na esperança de descobrir registros semelhantes a esses ou, até mesmo, vestígios mais bem preservados do que simples pegadas.
A expedição, que teve início em abril deste ano, ainda não divulgou relatórios sobre suas descobertas. No entanto, parece que essa iniciativa não está associada ao achado recentemente compartilhado. Isso ocorre devido ao fato de o mapa da expedição não abranger a região extrema do norte de São Paulo, onde as pegadas de dinossauros foram encontradas.