RNA do extinto lobo da Tasmânia é recuperado por cientistas após 81 anos

Cientistas recuperam RNA do extinto lobo da Tasmânia após 81 anos, abrindo caminho para possíveis esforços de ressurreição. Este marco inovador revigora a pesquisa genética e conservação da biodiversidade.

Recentemente, os cientistas alcançaram um marco notável na pesquisa genética ao recuperar o RNA de um animal extinto há mais de oito décadas: o lobo da Tasmânia.

Este feito extraordinário não representa apenas a primeira vez que o RNA foi sequenciado em um animal extinto, mas também abre portas para a possível ressurreição desta espécie icônica.

Exploraremos a seguir essa incrível descoberta, os esforços em andamento para trazê-lo de volta à vida e as implicações desse avanço para a ciência.

A jornada do lobo da Tasmânia

O lobo da Tasmânia, uma criatura enigmática, enfrentou a extinção definitiva em 1936, quando o último exemplar conhecido morreu no zoológico de Beaumaris, em Hobart, Tasmania.

No entanto, a população já estava em declínio muito antes disso, com apenas alguns exemplares sobrevivendo na ilha australiana. O mistério e a majestade dessa espécie deixaram uma marca duradoura na história natural.

Fonte: Wikimedia/Reprodução

Resgate do RNA

Os cientistas alcançaram um avanço notável ao recuperar o RNA do lobo da Tasmânia a partir de tecidos de um espécime dissecado com aproximadamente 130 anos, que estava armazenado no Museu Sueco de História Natural, em Estocolmo.

Esse material genético foi cuidadosamente extraído e analisado, proporcionando uma visão única da biologia do animal pouco antes de sua extinção.

Nas palavras do autor principal do estudo, Emilio Mármol Sánchez, biólogo computacional no Centro de Paleogenética e SciLifeLab na Suécia:

“O RNA oferece a oportunidade de explorar a célula, os tecidos e descobrir a biologia real preservada ao longo do tempo para esse animal, a espécie do tilacino.”

Implicações para a genética e a conservação

Além de ser um feito científico notável, essa conquista fornece informações valiosas sobre a genética.

Esses dados são cruciais para os esforços de conservação em andamento em diversos países, visando resgatar essa espécie icônica da extinção.

Atualmente, existe um Laboratório de Investigação de Restauração Genética Integrada do Tigre da Tasmânia (TIGRR), dedicado a esses esforços de ressurreição e à reintrodução do tigre da Tasmânia em seu habitat natural.

Um marco científico

Vale ressaltar que, em 2019, o RNA de um lobo preservado no permafrost há 14.300 anos foi sequenciado, representando um avanço significativo na pesquisa genética.

O sequenciamento do RNA de um animal já extinto é uma conquista sem precedentes. O cientista que liderou o estudo, cujos resultados foram publicados na revista Genome Research, aponta que este é um dos primeiros testes de conceito que podem ser aplicados a animais extintos muito mais antigos, como o mamute.

Fonte: Emilio Sanchez/Reprodução

O futuro da genética e da conservação

O sucesso na recuperação do RNA do lobo da Tasmânia representa um marco importante para a ciência e a conservação da vida selvagem.

À medida que os cientistas continuam a explorar as possibilidades oferecidas pela genética, é possível que vejamos avanços semelhantes em relação a outras espécies extintas, como o mamute.

Essas realizações não apenas expandem nosso entendimento da história natural, mas também oferecem esperança para a preservação de espécies ameaçadas e extintas.

A recuperação do RNA do lobo da Tasmânia, espécie extinta há 81 anos, é um feito científico notável que abre portas para a ressurreição dessa espécie icônica e promete impulsionar os esforços de conservação em todo o mundo.

A ciência continua a revelar os segredos do passado, oferecendo uma visão fascinante do mundo natural e proporcionando esperança para o futuro da conservação da biodiversidade.

Esse avanço representa uma prova de conceito importante para a pesquisa genética de animais extintos, preparando o terreno para futuras descobertas emocionantes.

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