Risco de novas pandemias? Degelo da Antártida pode liberar vírus causadores de doenças desconhecidas
Segundo um estudo recente, vírus adormecidos por milhares de anos podem causar doenças das quais sequer temos ideia.
Os humanos se consideram como a espécie dominante do planeta Terra, acima da natureza e dos riscos que ela pode oferecer. No entanto, a história da raça humana revela nossa grande vulnerabilidade perante os pequenos seres vivos que numericamente dominam o mundo inteiro.
A recente pandemia causada por um único vírus ao qual não estávamos adaptados, o coronavírus responsável pela covid-19, evidencia claramente a nossa fragilidade.
No entanto, não são apenas os vírus ativos que representam um grande risco para a nossa espécie. Há ameaças latentes ao redor do mundo que têm o potencial de causar sérios danos à saúde humana.
Lamentavelmente, estamos enfrentando a possibilidade iminente de desencadear um cenário de infecção em larga escala.
A influência humana nas transformações climáticas do planeta pode resultar em uma notícia alarmante: o degelo do permafrost na Antártica, como indicado por uma pesquisa recente, poderia liberar patógenos com milhares de anos de existência, aos quais ainda não nos adaptamos.
Estudo revela que Antártida abriga vírus que podem causar novas doenças
Foto: Maxi Dorado/Pexels/Reprodução
Recentemente, um estudo publicado na revista Public Library of Science (PLOS) Computational Biology sugeriu que o degelo do permafrost na Antártida pode levar à liberação de vírus que estiveram inativos por centenas de milhares de anos, potencialmente desencadeando doenças desconhecidas e representando uma ameaça para a saúde humana.
Conforme descrito pelos autores da pesquisa:
“O degelo do permafrost e o vazamento de laboratório de microrganismos antigos oferecem riscos de invasões biológicas para as comunidades ecológicas atuais, incluindo ameaças à humanidade, por meio da exposição aos patógenos emergentes.”
Diante disso, uma pergunta é inevitável: é possível que um desses patógenos liberados pela preocupante ação humana no desenvolvimento do aquecimento global possa desencadear uma nova pandemia?
Pandemia por vírus pré-histórico?
Os autores do estudo utilizaram como método a medida dos riscos potenciais de infecções. Para isso, foi usado o software Avida, simulando uma situação hipotética.
Os resultados informaram que cerca de 3% dos patógenos adormecidos poderiam se adaptar ao clima atual e sobreviver ao ambiente em que vivemos, tornando-se dominantes no mundo inteiro.
Ainda que se trate de uma simulação, os pesquisadores emitiram um alerta sobre a real possibilidade do perigo substancial representado por esses vírus, os quais poderiam ser transmitidos por meio de animais, atingindo nossa sociedade.