Risco crescente de catástrofe com armas nucleares é REAL, advertem especialistas
Especialistas em segurança mundial emitiram um alerta urgente sobre o risco iminente de catástrofe relacionado a armas nucleares. Saiba mais sobre a situação e suas implicações.
Imagem: Olhar Digital/Reprodução
Na última quinta-feira (3/8), mais de 100 revistas médicas do mundo inteiro se uniram para emitir o mesmo alerta: um apelo para toda a população, para que juntos mobilizem as forças mundiais visando à eliminação das armas nucleares.
Mesmo grandes revistas consideradas concorrentes acabaram concordando em publicar o mesmo conteúdo. Para essas entidades, o risco de catástrofe nuclear é “grande e crescente”, e é dever dos Estados eliminá-las.
Editorial contra armas nucleares
O editorial foi escrito por 11 importantes editores de revistas médicas bastante conhecidas, como, New England Journal of Medicine, Lancet, BMJ, JAMA e muitas outras.
O texto alerta para o grande risco do uso de armas nucleares, além de comentar sobre os resultados dessas armas, que, para os escritores, seriam “catastróficos para a humanidade”.
A publicação também pede que profissionais da saúde do mundo inteiro alertem os cidadãos e líderes de seus países sobre o perigo que esse tipo de armamento pode trazer para a saúde pública, uma vez que, de acordo com eles, o progresso do debate sobre o tema “tem sido decepcionantemente lento”.
“Os Estados com armas nucleares devem eliminar seus arsenais nucleares antes que nos eliminem”, é uma das frases encontradas em trecho da publicação.
Imagem: Editorial pedindo atenção às armas nucleares; Olhar Digital/Reprodução
Contexto
Nos últimos dias, temos percebido bastantes ameaças a respeito do uso de armas nucleares, e a publicação vem em meio a esse cenário de constante ameaça.
Nesta semana, a Rússia advertiu que poderia empregar armas nucleares caso um ataque de drones da Ucrânia em Moscou tivesse êxito. Além disso, nos últimos meses, a Coreia do Norte continua testando mísseis, comprometendo os esforços de não proliferação de armas nucleares.
O artigo foi publicado na mesma semana em que a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) ocorre em Viena, na Áustria. Além disso, o domingo também marca o 68º aniversário do lançamento da primeira bomba nuclear, que foi lançada contra civis japoneses em Hiroshima.
Ameaça e importância
De acordo com o representante da Associação Mundial de Editores Médicos, Chris Zielinski, a atitude das revistas concorrentes de se unirem para publicar o mesmo conteúdo demonstra a “extrema urgência da atual crise nuclear”.
Em entrevista para a AFP, o ex-presidente da International Physicians for the Prevention of Nuclear War e coautor do editorial, Ira Helfand, revelou que a possibilidade de uma guerra nuclear acontecer “é real”.
Segundo o editorial, caso 250 das 13 mil armas nucleares do mundo fossem utilizadas, isso já poderia resultar em 120 milhões de mortes, além de causar “perturbações climáticas globais, levando à fome nuclear e colocando em risco dois bilhões de pessoas”.