Segundo bissexto: veja o que vai mudar nessa contagem a partir de 2035
A Resolução D surgiu da necessidade de compensar a diferença que há entre as distintas medidas de tempo astronômico. Veja como vai funcionar.
O Universo está em constante expansão a todo momento. Da mesma forma, o movimento do planeta Terra é contínuo, por mais que a sensação de vida por aqui, pelo menos vivendo em um país subtropical que não sofre com terremotos e fenômenos do tipo frequentemente, seja de certa estabilidade.
O Sol é o astro que mais exerce influência na vida terrestre. Depois dele, nosso satélite natural, a Lua, fica em segundo lugar nesse quesito influente. A Terra possui um total de 14 movimentos diferentes, mas os mais conhecidos são o de rotação e o de translação, apenas.
Nesse contexto, todos sabemos que a Terra gira em torno dela mesma ao mesmo tempo que completa uma volta em torno do Sol, certo? O primeiro movimento é chamado de “rotação” e, às vezes sofre certa variação. Ou seja, o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno de si mesma é sempre variável, ao contrário do que muitos pensam.
Por sua vez, o segundo movimento é chamado de translação e dura 365 dias, 45 minutos e 46 segundos. Como o ano possui 365 dias, uma solução para diminuir a diferença de tempo relacionada ao movimento anterior foi acrescentar um dia a mais no ano, a cada quatro anos, para que esses 45 minutos e 46 segundos fossem compensados. É o que conhecemos como ano bissexto.
Os anos bissextos do planeta Terra
Até hoje, a humanidade já teve um total de 27 anos bissextos, sendo que o primeiro aconteceu em 1972 e o último, no ano de 2016. Contudo, em Paris, o Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM, na sigla em francês), viu-se diante da necessidade de excluir o segundo bissexto. Mas por que isso?
Isso se fará necessário para compensar a diferença entre o tempo astronômico e o tempo universal. A diferença está no fato de o primeiro dizer respeito ao movimento de rotação, aquele sobre o qual já falamos aqui, anteriormente, que diz respeito ao tempo que a Terra demora para dar uma volta completa em torno de si mesma.
Enquanto o tempo universal diz respeito ao tempo civil, ou seja, à hora “certa”, são os relógios atômicos que encarregam-se de manter o Tempo Atômico Internacional (TAI) para que o Tempo Universal Coordenado (UTC) seja definido.
Acontece que, com o passar dos anos, a diferença entre o tempo civil e o tempo astronômico será próximo a 0,9 segundos. Contudo, os especialistas não têm como prever, com precisão, quando será necessário compensar essa diferença usando um segundo bissexto. Isso porque, como explicado acima, o movimento de rotação pode ser variável.
Diante desse contexto, o BIPM chegou à decisão de remover essa medida daqui 12 anos, ou seja, em 2035. Com o fim do segundo bissexto, os sistemas vão precisar desenvolver os próprios métodos para que os segundos sejam integrados. Essa foi a chamada “Resolução D”. Estima-se que essa resolução deva ser aplicada de 2035 até 2135.
Com a Resolução D, os sistemas digitais que são interconectados podem ser expostos a alguns perigos, mas a maior questão acerca do assunto é o xeque da universalidade do tempo.
Mas, daqui até 2035, os cientistas e especialistas certamente encontrarão uma maneira de resolver essa questão acerca da segurança. Por fim, a diretora do departamento de tempo do BIPM, Patrizia Tavella, comentou que a partir da Resolução D haverá:
“[…] um fluxo contínuo de segundos sem as descontinuidades atualmente causadas por segundos bissextos irregulares.”