Regra 34 é premiado no Festival de Locarno

O filme Soberane (2022), premiado com o Leopardo de Ouro, foi dirigido e roteirizado por Wara, artista cearense indígena e não-binária, que ainda atua na produção

Indo na contramão do recente retrocesso que o setor artístico teve, principalmente no cinema brasileiro, Regra 34 (2022) de Júlia Murat, é premiado no Festival Locarno com reconhecimento máximo. O novo longa-metragem ganhou o Leopardo de Ouro neste sábado, dia 13 de agosto.

O primeiro e último Leopardo de Ouro que o Brasil ganhou foi em 1967 (55 anos) com a produção “Terra em Transe” de Glauber Rocha, deste então vários filmes brasileiros concorreram mas sem premiações máximas. A cineasta carioca Júlia Murat comentou a premiação refletindo sobre o importante ato de resistência do setor cultural:

“Ganhar esse prêmio nesse momento em que a extrema direita detém o poder no país, valoriza um filme que representa tudo o que eles odeiam e tentam exterminar” afirma a diretora sobre a relação do longa com o atual cenário político do Brasil.

O 75º Festival de Cinema Locarno aconteceu na Suíça entre os dias 3 e 13 de agosto, e Regra 34 concorreu com outras 20 produções na categoria principal. Além disso, outros três títulos brasileiros também foram premiados na categoria Melhor Curta-metragem, mostrando a relevância do cinema brasileiro no mercado internacional.

O filme Soberane (2022), premiado com o Leopardo de Ouro, foi dirigido e roteirizado por Wara, artista cearense indígena e não-binária, que ainda atua na produção. Big Bang (2022), dirigido e roteirizado por Carlos Segundo, foi premiado com o Pardinho de Ouro e por último a produção “Noite na América (2022), produzido pela artista Ana Vaz, traz para o Brasil a menção especial no Pardo Verde, dedicada a filmes de temática ambiental.

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