‘Red: Crescer é uma fera’: Mei e sua história de autoaceitação

A decisão de Mei de manter seu panda vermelho é a mensagem principal de Red. A diretora, Domee Shi, fala sobre uma fase da adolescência seguindo o estilo da Pixar. O filme é tudo o que os jovens precisam hoje, uma história de autoaceitação, com falhas e caos, onde a jovem Mei aceita seu lado animal. Pelo menos, era isso o que Shi queria demonstrar, segundo sua entrevista ao Vanity Far.

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Shi diz que foi importante fazer de Mei a primeira da família a abraçar o panda, pois isso fala muito sobre como a nova geração deve abraçar os seus medos, defeitos e bagunça própria, ao contrário das gerações mais velhas, que quase foram forçados a fazer isso.

Após todas as suas tias, avó e mãe acabar deixando seus pandas fugirem, Mei se questiona o motivo deles não morarem com eles, porque não aceitam a parte de si, que os tornam singulares e especiais. A diretora deixa claro a ideia de que os jovens atualmente possuem o dom de explorar com liberdade sua identidade própria, porém, as gerações passadas tiveram suas próprias batalhas.

“Nós temos essa cena com as tias onde Mei estava tipo, ‘por que você não fica com seus pandas? Vamos, seja como eu!’ não precisamos disso. Menina, tenho 70 anos. Quero voltar a assistir minhas novelas na TV e tirar sonecas. […] Minha esperança era que não estivéssemos julgando a geração mais velha que decide viver de uma certa maneira, e não vamos julgar Mei também. Todas as mulheres podem escolher abraçar ou se livrar de seus pandas”, diz Shi.

Domee Shi contou a sua vivência quando adolescente e o que lhe inspirou para a criação de Mei Lee. Ela relata que era uma jovem de 13 anos “pateta”, confiante e apaixonada, que achava que tinha a vida resolvida, mas até que chegou a puberdade.

Neste instante, ela diz ter deixado de ser a filha perfeita e passou a brigar com sua mãe quase todos os dias. A passagem da adolescência para a vida adulta é o principal tema do filme.

Aceitar a si mesmo é uma das mensagens de Red, porém, existe outros objetivos como auxiliar todos os jovens que vivem essa situação.

“Quero que eles sintam quando virem este filme que têm o direito de aceitar toda a desordem que está acontecendo em suas vidas”, diz a diretora. E completa: “espero que eles se conscientizem de que está tudo bem que tudo isso aconteça, que é normal sentir que você não está no controle, e que todos nós passamos por isso e eles também’’.