Por que país da Ásia proíbe uso de redes sociais?
Nação da Ásia Central é conhecida por restrições e total proibição ao uso de plataformas como Instagram, Facebook e YouTube.
Ficar sem acesso a redes sociais, hoje, é algo quase inimaginável para muitas pessoas. A maneira como elas se tornaram algo presente na rotina e no dia a dia dos usuários só aumentou nos últimos anos.
Apesar disso, existe um país específico onde a população é proibida de acessar plataformas, como Facebook, Instagram e YouTube.
As pessoas sabem da existência delas, mas não têm acesso, porque o Estado é quem controla toda a internet.
Trata-se do Turcomenistão, viver lá é ter a certeza de que você não terá a mesma liberdade vivenciada por cidadãos de outros locais.
Além das redes sociais, os principais serviços de mensagem, como WhatsApp, Telegram, Signal e Viber também são proibidos. Para substituí-los, o governo criou um app próprio, chamado Bizbarde.
Governo do Turcomenistão restringe acesso da população a informações externas – Foto: Reprodução
Posição
O presidente do país, o ditador Serdar Berdymujamedov, considera que todo esse contexto de proibição ainda é insuficiente. Ele deseja mais restriação e está disposto a agir para que isso aconteça.
Em anúncio recente, ele informou que pretende “fortalecer a cibersegurança do país” e seguirá os limites impostos por seus antecessores no poder, um deles era o seu pai, Gurbanguly Berdymujamedov.
Assim como no caso dos apps de mensagem, o governo do Turcomenistão criou também uma opção para vídeos, em substituição ao YouTube.
Ela se chama Belet Video, um ambiente totalmente controlado e em que a população não acessa conteúdos externos.
Foco na figura do ‘grande líder’
De modo geral, as pessoas ficam presas a conteúdos propagandistas e que cultuam a personalidade da família Berdymujamedov.
Os veículos de comunicação do país são todos estatais e divulgam, apenas, informações oficiais, com repetição de programas na TV e outras poucas opções.
Para tentar contrapor a sensação de mesmice, o Estado criou uma TV a cabo própria. Quem é assinante, no entanto, fica sujeito a informações controladas, baixa quantidade de canais e todo o dinheiro pago vai para o governo.
Algumas emissoras ocidentais, como France 24, BBC e Euronews são autorizadas na versão a cabo, mas a audiência é muito baixa, já que a maioria da população do Turcomenistão não compreende, tampouco fala inglês.
Pior do ranking de liberdade
Todo esse cenário faz do país um dos piores colocados nos rankings de liberdades civis e políticas.
Ele recebeu nota 2 de 100 na avaliação feita pela ONG Freedom House, ficando atrás, até mesmo, da Coreia do Norte, que obteve 3 pontos.
A organização Repórteres Sem Fronteira também considerou o Turcomenistão um dos piores países do mundo, quando se trata de liberdade de imprensa.
Enquanto isso, a população é levada a assistir programas que exaltam o presidente Berdymukhamedov e o colocam como seu pai, “herói protetor” e “chefe da nação”.