POLÊMICA: proibição no Carnaval de Salvador 2024 gera debates na internet
Governador sanciona lei controversa que gera debate intenso sobre tradições e limites na folia baiana.
O Carnaval de Salvador, um dos eventos mais aguardados do ano, já está no centro de uma intensa polêmica antes mesmo de começar.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), sancionou recentemente uma lei que proíbe o uso de tradicionais pistolas de água durante os dias de festividade.
A medida, vinculada a uma controvérsia envolvendo assédio, dividiu a opinião pública e gerou debates acalorados nas redes sociais.
O porquê da proibição
A controvérsia que levou à proibição das pistolas de água no Carnaval 2024 está ligada a um incidente ocorrido no ano anterior.
Durante as festividades, uma mulher foi cercada por integrantes do bloco ‘As Muquiranas’ e foi alvo de jatos incessantes de água, configurando-se como um ato de assédio.
Tal situação assemelhou-se à campanha nacional ‘Não é não!’, que combate assédio durante eventos carnavalescos.
Pistolas de água são algo tradicional no Carnaval baiano – Imagem: Marcelo Guedes/Reprodução
A Assembleia baiana, após um projeto apresentado pela deputada Olívia Santana (PCdoB), aprovou a lei que visa coibir o uso das pistolas de água, estabelecendo que blocos e outras organizações adotem medidas para impedir a presença desses brinquedos líquidos. A penalização para infratores também está prevista, conforme relato da ‘Folha do Estado’.
A proibição das pistolas de água no Carnaval baiano gerou uma divisão intensa nas opiniões expressas nas redes sociais.
Alguns internautas aplaudiram a medida, destacando preocupações com assédio e desconforto gerados pelo uso indiscriminado desses artefatos.
Comentários favoráveis ressaltaram situações desagradáveis vivenciadas por foliões, como molhar mulheres sem consentimento e desrespeitar a vontade alheia.
No entanto, houve também uma parcela considerável que discordou da proibição, argumentando que ela retira parte da tradição carnavalesca.
Algumas pessoas expressaram preocupações sobre o calor intenso durante os festejos e a falta da tradicional ‘chuva’ com as pistolas para aliviar o clima.
Comentários como ‘Não vai ter graça’ e ‘Tirou a tradição do bloco’ ecoaram entre os que resistem à mudança.
Enquanto a proibição das pistolas de água é festejada por alguns como uma medida necessária, outros questionam se a tradição será perdida e se a nova regulamentação impactará a atmosfera festiva do evento.
A decisão do governador Jerônimo Rodrigues ressalta a complexidade de equilibrar tradição e respeito no cenário festivo, levando a discussões sobre como garantir um Carnaval alegre e seguro para todos.
Fica claro que a proibição das pistolas não apenas divide opiniões, mas também lança uma luz sobre a necessidade de repensar práticas tradicionais, conforme as mudanças sociais e demandas por ambientes festivos mais inclusivos e respeitosos.