POLÊMICA: 'Magus Bride' gera controvérsia por tradução com IA
Uso de inteligência artificial para tradução de mangá gera debates entre fãs e especialistas.
O mundo do mangá foi abalado por uma recente polêmica envolvendo ‘The Ancient Magus Bride’ (‘Mahoutsukai no Yome’, no original).
Após um hiato e a mudança de editora, o anúncio de que a Bushiroad estaria utilizando tradução por inteligência artificial (IA) para lançar os capítulos em inglês e japonês simultaneamente desencadeou uma série de reações contraditórias.
Polêmica na comunidade
A controvérsia se instaurou quando a conta oficial da série revelou a parceria com a Mantra Corporation para a tradução automatizada, buscando combater a disseminação de versões piratas.
No entanto, a resposta dos fãs foi majoritariamente desfavorável, com muitos expressando desconfiança e prometendo não apoiar mais os lançamentos oficiais.
Polêmica em torno da adoção de IA para tradução gera debate sobre pirataria e qualidade na indústria do mangá – Imagem: Wit Studio/Reprodução
A justificativa da empresa gerou debates acalorados. A Bushiroad ressaltou a necessidade de enfrentar a pirataria, ao apontar os danos causados à indústria e à cultura do mangá.
Alegaram que iniciativas como essa já demonstraram eficácia em reduzir os prejuízos gerados por versões não oficiais disponibilizadas gratuitamente em sites ilegais.
Entretanto, críticas surgiram em relação à qualidade das traduções por IA, levantando dúvidas sobre sua eficácia e implicando um custo maior na edição e revisão dessas traduções automatizadas.
A comparação com iniciativas bem-sucedidas, como a MANGA Plus da Shueisha, que emprega tradutores profissionais em todas as etapas, reforçou as preocupações sobre a abordagem adotada pela Bushiroad.
Além disso, a argumentação de que a disponibilização oficial a qualquer custo seria a solução para a pirataria foi contestada, já que casos semelhantes, como os capítulos da ‘Shonen Jump’, ainda são vazados antes do lançamento oficial, mesmo com migração parcial do público para plataformas legais.
A discussão também evidenciou a complexidade do problema, especialmente ao observar que traduções piratas, muitas vezes elaboradas por fãs sem fins lucrativos, emergem antes do lançamento oficial dos capítulos. Isso sugere que a questão vai além da simples disponibilização oficial, demandando soluções mais abrangentes e eficazes.
Com 19 volumes lançados e presença no mercado brasileiro pela editora Devir, ‘The Ancient Magus Bride’, a história dos personagens Chise Hattori e Elias Ainsworth, conquistou uma base de fãs sólida.
A adaptação para animação, incluindo OVAs e uma série de TV, ampliou o alcance da obra, tornando-a acessível através de plataformas como a Crunchyroll, agregando mais admiradores à base de fãs.
A polêmica em torno da tradução por IA continua a levantar questionamentos sobre a eficácia e os impactos dessa abordagem na luta contra a pirataria, enquanto o mercado do mangá busca soluções para proteger suas obras e satisfazer os fãs em um mundo cada vez mais digitalizado.