Pirataria legalizada? Estúdio indie polêmico liberou seus títulos para distribuição ilegal
Visando o acesso ao conteúdo e deixando o lucro de lado, a RWS anunciou a liberação da pirataria — mas apenas de seus títulos. Ato foi visto como afronta para a maioria das empresas.
A luta entre os mais diversos setores da indústria e a pirataria já é consolidada na sociedade. Tanto que, atualmente, essa prática de cópia não autorizada é tida como criminosa em diversos países, incluindo o Brasil.
Na indústria dos videogames, na qual grande parte das produções carecem de preços acessíveis, a pirataria é extremamente comum, embora ainda como prática ilegal.
No entanto, até mesmo os criminosos possuem um limite ético, visto que, ao contrário do que fazem com grandes estúdios, o público não costuma piratear produções de estúdios independentes.
Isso porque, mesmo com o crescimento desse seguimento dos indie games, o ganho dos produtores ainda é baixo quando comparado aos lucros de empresas como Nintendo ou PlayStation.
Assim, a moral e ética se destaca entre os especializados em piratear games. Mas isso não significa que os jogos passam a ter valores mais baixos.
No entanto, devido à contínua falta de acesso e alto custo de investimento por parte dos jogadores, um estúdio independente e polêmico resolveu andar contra a maré e anunciar publicamente que está liberada a pirataria de seus títulos.
Estúdio indie anuncia que está liberado piratear seus jogos
Foto: Skorzewiak/Shutterstock/Reprodução
Recentemente, a desenvolvedora Running With Scissors (RWS), responsável pela polêmica franquia que lembra uma mistura de “GTA” com “Saints Row”, chamada “Postal”, anunciou, por meio de suas redes sociais oficiais, que está liberado piratear seus jogos.
Mesmo sendo a principal criação da produtora e, assim como todo jogo independente, um risco de investimento, os responsáveis pelo game decidiram liberar a cópia não autêntica dos jogos em países com alto custo de mídia.
O principal motivo da ação da RWS é a falta de preocupação com os lucros e o foco em levar seu conteúdo ao público. Além disso, na publicação oficial do Twitter, o estúdio explica que está a par do alto custo de seus títulos, mesmo seguindo a recomendação de preço da Steam. Por isso, a empresa sugere que:
“Se nossos jogos são muito caros para você, pirateie até ter dinheiro o suficiente para nos apoiar”.
Confira a publicação no Twitter da desenvolvedora:
Democratização ao acesso ou apologia ao crime de pirataria?
Embora pareça uma afronta aos outros produtores de mídia, a empresa explica em seu Twitter que a liberação de pirataria vale apenas para os seus jogos e que não estimula que o público pratique o mesmo com games de outros estúdios.
Além disso, a empresa expõe que não ensinará as pessoas a fazer downloads gratuitos dos jogos, sendo o aprendizado de total responsabilidade do usuário.
Não é a primeira vez que a RWS busca democratizar o acesso aos seus jogos, visto que o primeiro jogo de sua franquia de sucesso, “Postal”, está gratuito na plataforma da Steam.
Para aqueles que têm a oportunidade de comprar um dos games e apoiar o desenvolvimento do estúdio e criadores, o restante da série de jogos também está disponível na Steam, com preços entre R$29,99 para “Postal Redux” até R$107,99 para o último lançamento “Postal 4: No Regrets”.