Pink Floyd e Neurociência: músicas da banda têm papel importante na reabilitação da fala

De forma inédita, neurocientistas têm usado músicas de uma das maiores bandas da história para auxiliar pessoas com deficiência vocal; veja como nesta matéria.

A música é uma forma de arte que possui um poder único de impactar e representar a sociedade, estando presente em praticamente todas as culturas. Alguns dos grupos musicais mais famosos da história têm o poder de influenciar a personalidade das pessoas e deixar uma marca duradoura em suas vidas.

Um exemplo disso é o Pink Floyd, uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Além de suas músicas icônicas, a banda também é reconhecida pela ciência, sendo utilizada, curiosamente, para estimular a fala de pessoas com deficiência vocal.

Pink Floyd: músicas são usadas para recuperação da fala

Foto: ‘Dark Side of The Moon’/Reprodução

Na terça-feira, dia 15 de agosto, um estudo publicado na revista PLOS Biology revelou uma abordagem inovadora para ajudar pessoas que perderam a capacidade de falar devido a lesões cerebrais.

Neurocientistas utilizaram uma música do Pink Floyd para decifrar a atividade elétrica do cérebro durante a audição, abrindo caminho para o desenvolvimento de tecnologias que auxiliam na recuperação da fala.

Durante o estudo, 29 pacientes que passavam por cirurgias cerebrais com monitoramento foram expostos à música “Another Brick in the Wall (Part 1)”. Enquanto os participantes ouviam a faixa, eletrodos colocados em seus cérebros registravam a atividade elétrica de diferentes regiões cerebrais relacionadas à música.

Com base nesses dados, os pesquisadores treinaram um modelo de inteligência artificial para decodificar a atividade cerebral e reproduzir os sons da música.

Embora a melodia reconstruída estivesse um tanto distorcida, os participantes conseguiram reconhecê-la, e algumas palavras foram compreendidas, como “all”, “was” e “just a brick”.

Por que Pink Floyd?

O principal autor do estudo, Ludovic Bellier, explica que escolheram especificamente uma música do Pink Floyd devido à sua estrutura e complexidade. A música selecionada, segundo ele, possui “acordes complexos, instrumentos variados e ritmos diversos, interessante para análise científica“.

Mesmo em fase de testes, a tecnologia se mostra promissora para o desenvolvimento da esperança de pessoas que por algum motivo perderam a habilidade da fala. Agora, além do tratamento, os pacientes terão um excelente gosto musical (risos).

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