Pesquisadores desvendam a magia dos livros de Harry Potter usando IA
Universo bruxo que já é amplo recebe mais detalhes após implemento de inteligência artificial.
Há mais de vinte anos, J.K. Rowling surpreendeu a todos com um mundo repleto de magia, seres extraordinários e aventuras de um jovem bruxo chamado Harry Potter. Hoje, esse universo ganha um novo fôlego, mas não nos livros, e sim na incrível pesquisa sobre inteligência artificial (IA).
Cada vez mais, pesquisadores exploram a tecnologia de IA generativa usando os mundialmente famosos livros de Harry Potter.
Eles apontam a influência duradoura da série na cultura popular, além da riqueza de dados linguísticos e intrincados jogos de palavras encontrados em suas páginas como motivos para tal escolha.
Ao examinar uma lista de estudos e artigos acadêmicos que se referem a Harry Potter, é possível obter uma visão detalhada da pesquisa avançada nessa tecnologia.
Essa análise também lança luz sobre alguns dos desafios mais complexos que essa tecnologia enfrenta atualmente.
Recentemente, um artigo intitulado “Quem é Harry Potter?” trouxe à tona um exemplo interessante. Nele, os amigos Harry, Hermione e Ron são destacados, explorando uma nova técnica que auxilia os grandes modelos de linguagem a esquecer seletivamente informações específicas.
A tarefa representa um desafio considerável para a indústria, pois os enormes modelos de linguagem, fundamentais para os chatbots de IA, são desenvolvidos a partir de extensos dados online.
Muitas vezes, tais conteúdos são protegidos por direitos autorais e outras informações sensíveis. Isso resultou em processos judiciais e em um mais escrutínio público direcionado a algumas empresas de IA.
Harry Potter mais inteligência artificial, o que pode acontecer? – Foto: Harry Potter/Reprodução
Modelos feitos pela IA podem ser editados
Os autores do artigo, pesquisadores da Microsoft Mark Russinovich e Ronen Eldan, compartilharam sua descoberta de que os modelos de IA podem ser ajustados ou editados para eliminar qualquer menção ou conhecimento dos livros de Harry Potter, inclusive personagens e histórias, mas sem comprometer a capacidade geral do sistema: suas habilidades analíticas e de elaboração.
Eles mencionaram ter selecionado os livros por conta de sua ampla familiaridade e reconhecimento global.
“Acreditávamos que seria mais fácil para as pessoas da comunidade de pesquisa avaliarem o modelo resultante de nossa técnica e confirmarem por si mesmas que o conteúdo foi realmente ‘desaprendido’”.
Eles ainda completam:
“Praticamente qualquer pessoa pode apresentar sugestões para o modelo que investigaria se ele ‘conhece’ ou não os livros. Mesmo as pessoas que não leram as obras estariam cientes dos elementos e personagens da trama”.
Em uma pesquisa distinta, acadêmicos da Universidade de Washington em Seattle, da Universidade da Califórnia em Berkeley e do Allen Institute for AI criaram um modelo de linguagem inovador chamado Silo, projetado especificamente para remover dados e mitigar riscos legais.
Entretanto, os estudiosos observaram uma queda considerável no desempenho do modelo quando ele foi treinado exclusivamente com textos de baixo risco, como livros sem direitos autorais ou documentos governamentais. Tal constatação foi detalhada em um artigo publicado no início deste ano.
Ao longo de uma década, Harry Potter se tornou um recurso frequente em estudos de inteligência artificial. A riqueza narrativa da série se revela crucial para compreender a linguagem natural, como demonstrado pelos experimentos de Leila Wehbe, o que amplia a relevância desses contos na pesquisa sobre processamento linguístico.