Pesquisadora homenageia mulheres negras após descobrir novas espécies; veja

Priscila Barreto de Jesus participou de um projeto junto com a Universidade de Harvard.

Mais um passo para conquistar o espaço de pessoas pretas na sociedade foi dado. Tudo isso graças aos esforços da pesquisadora baiana Priscila Barreto de Jesus, professora na Universidade Federal do ABC (UFABC) e também a mulher responsável por uma grande descoberta biológica.

Priscila Barreto trabalhou ao lado de vários outros biólogos e especialistas, em parceria com a Universidade de Harvard, uma das instituições de maior prestígio no mundo.

Os esforços e pesquisas da equipe resultaram na descoberta de três novas espécies de algas vermelhas que pertencem à espécie Hypnea. Em razão dessa descoberta, Priscila Barreto teve o privilégio de dar o nome a essas espécies e deixar a sua marca registrada na biologia.

Porém ao pensar qual nome seria o mais adequado, a doutoranda decidiu que homenagear três das mulheres pretas que a fizeram abrir os olhos para a educação.

Os nomes escolhidos foram da filósofa Djamila Ribeiro, a escritora Conceição Evaristo e por fim e, não menos importante, a ativista Angela Davis.

Como resultado, as algas vermelhas hypnea foram chamadas de Hypnea davisiana, Hypnea djamilae e Hypnea evaristoae!

A importância dos nomes

Após ter se referenciado com os nomes de Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo e Angela Davis, Priscila Barreto compartilhou em uma entrevista qual era a importância desses nomes em sua vida. Em seu relato, ela conta que assim que saiu de sua casa na periferia da Bahia para a vida acadêmica, adentrou em um universo completamente cheio de pessoas brancas.

Então, vendo a si mesma em uma situação inusitada, ela passou a consumir conteúdos de Djamila Ribeiro e Conceição Evaristo, criadoras das obras que foram responsáveis por moldar o seu pensamento. Já Angela Davis, Priscila descobriu ao longo de sua jornada.

“Essas homenagens são representativas e deixam o legado dessas pessoas vivo para sempre”, comentou a pesquisadora baiana. Priscila ainda acrescentou que essa foi uma grande vitória e servirá como símbolo de resistência no meio acadêmico.

Djamila Ribeiro, uma de suas inspirações, reagiu ao descobrir a homenagem feita por Priscila Barreto nas redes sociais e compartilhou a seguinte frase:

“Fiquei profundamente emocionada quando soube que a Drª. Priscila Barreto de Jesus batizou uma espécie de alga vermelha com meu primeiro nome. Muito obrigada pelo reconhecimento tão especial! Nunca imaginei viver algo assim, fiquei muito tocada. Viva as nossas pesquisadoras.”

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