Perigos do CPF na farmácia: dicas essenciais para manter seus dados em segurança
Após polêmica do vazamento de dados, confira a quais cuidados você deve se atentar para proteger sua privacidade.
Recentemente, uma investigação trouxe à tona questões sobre como as farmácias coletam e utilizam dados dos clientes, levantando preocupações sobre privacidade e transparência.
A polêmica surgiu quando foi revelado que a rede Raia Drogasil armazena informações de 48 milhões de pessoas e compartilha esses dados com anunciantes para fins de publicidade direcionada.
Entretanto, como exatamente isso funciona? Como as farmácias obtêm informações detalhadas sobre os clientes e quais são seus direitos? Vamos entender melhor essa questão.
Anúncios direcionados e coleta de dados
O anúncio direcionado é uma prática em que as empresas de publicidade utilizam dados dos consumidores para personalizar anúncios.
No caso das farmácias, essas informações podem incluir histórico de compras, detalhes sobre produtos adquiridos, datas e locais de compra, e até mesmo informações sensíveis, como histórico de doenças e uso de medicamentos.
Imagem: Guia Farmácia/Reprodução
Tudo começa com a coleta de um único dado: o CPF do cliente. Por meio desse número, as farmácias conseguem criar um banco de dados rico em informações pessoais.
Entenda seus direitos, de acordo com a LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece direitos importantes para os consumidores em relação aos seus dados pessoais. De acordo com essa lei:
- Você tem o direito de solicitar às empresas os dados que elas possuem sobre você.
- Você deve ser informado sobre com quais outras empresas e órgãos públicos seus dados foram compartilhados.
- Você pode pedir que seus dados sejam corrigidos ou apagados.
- As empresas precisam oferecer um canal para que você faça esses pedidos, e têm um prazo de 15 dias para atendê-los.
- Em caso de descumprimento, você pode acionar a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANDP).
As farmácias podem armazenar meus dados?
Embora a LGPD considere as informações de saúde como “dados sensíveis” e exija maior proteção, as normas não são tão claras sobre a coleta e o tratamento desses dados para fins econômicos.
O advogado especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, Marcelo Cárgano, explica que as farmácias podem realizar essa coleta, desde que obtenham o consentimento do cliente de forma transparente.
A maior preocupação reside na falta de transparência. Você, como cliente, deve estar ciente de como seus dados serão usados. Caso contrário, pode processar a farmácia com base na LGPD e no Código do Consumidor, que preza pela transparência.
Saiba como proteger seus dados
Uma maneira de proteger seus dados é solicitar que a empresa os exclua. No entanto, nem sempre é possível ter certeza de que eles foram realmente apagados. Portanto, é essencial ficar atento aos anúncios da organização, especialmente se eles confirmarem a exclusão.
A falta de clareza nas políticas de privacidade das farmácias é uma questão que precisa ser resolvida. Se desejar saber o que uma farmácia sabe a seu respeito ou exercer seus direitos de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), confira os canais disponíveis nas principais redes de farmácias.
A questão da coleta de dados pelas farmácias está longe de ser simples, mas a conscientização dos consumidores e a aplicação das leis de proteção de dados são passos importantes para garantir a transparência e a privacidade nesse cenário em constante evolução.