Pássaro exibe capacidades cognitivas avançadas, segundo pesquisadores
Os calaus-orientais apresentam uma inteligência notável. Ao descobrir isso, pesquisa pioneira abre novas perspectivas sobre o intelecto animal.
Investigadores do Departamento de Psicologia da Universidade Nacional de Singapura revelaram que os calaus-orientais, espécie de ave predominante na África Subsariana e no sul da Ásia, possuem a habilidade de compreender a ‘permanência do objeto’.
Tal descoberta apresenta novas perspectivas sobre as capacidades cognitivas dos animais e pode lançar uma nova luz sobre nossa compreensão da inteligência animal.
Calau-orientais exibem avançada capacidade cognitiva, de acordo com pesquisa – Imagem: Sylvain CORDIER/Gamma-Rapho via Getty Images/Reprodução
Compreendendo a permanência do objeto
O conceito trata-se da ideia de que um item ainda existe mesmo quando não o podemos ver ou sentir, e os calaus-orientais, assim como os humanos, parecem compreender isso.
De fato, os cientistas notaram que tal entendimento animal confere à espécie uma grande vantagem na busca de alimentos e na evasão de predadores.
A experiência dos investigadores
Para o estudo, uma amostra de seis calaus (três fêmeas e três machos) passou por uma série de testes envolvendo tarefas progressivamente mais difíceis.
Tais testes foram baseados nos seis estágios de permanência do objeto definidos por Jean Piaget, um proeminente psicólogo do século XX.
Em cada tarefa, as aves precisavam indicar com o bico para onde a recompensa tinha se movido.
Resultados intrigantes: memória, raciocínio espacial e inferência lógica
No decorrer da experiência, ficou claro que esses pássaros possuem um sofisticado conjunto de habilidades cognitivas.
“As três aves que completaram o último estágio tinham experiência de reprodução, enquanto as que falharam na tarefa, não”, disse um dos pesquisadores.
Isso sugere que a experiência de procriação pode ser crucial para o desenvolvimento cognitivo dos calaus-orientais.
Perspectivas futuras
Apesar dessas descobertas empolgantes, os cientistas salientaram que estudos adicionais com uma amostra maior são necessários para solidificar as conclusões.
Eles observaram também que os pássaros que falharam nas tarefas eram jovens retirados do ninho cedo demais, sugerindo que esse tempo pode ser crítico para a sua evolução cognitiva.
A pesquisa abre caminho para futuros estudos explorando a cognição animal e fornece um vislumbre da inteligência inerente à vida selvagem.
Nathan Emery, especialista em comportamento animal, afirmou que os resultados demonstram como as habilidades cognitivas sofisticadas geralmente estão associadas a condições específicas, como uma dieta onívora, um comportamento social desenvolvido, um cérebro relativamente grande e adaptabilidade ao meio ambiente.