Netflix irrita franceses com gafe histórica em série de sucesso
Recém-adicionada à Netflix, série 'Toda Luz que Não Podemos Ver' tem sido alvo de uma enorme polêmica após representações incomodarem franceses; entenda.
Parece que novembro não começou muito bem para a Netflix. Desde seu último lançamento, o serviço de streaming vem recebendo algumas críticas por usar muitos estereótipos para representar um país.
Muitos afirmam que um país não se resume apenas a boinas e croissants.
Embora o serviço de streaming tenha aumentado seus investimentos em títulos estrangeiros, ocasionalmente, produções americanas tentam emular a cultura francesa e acabam provocando a desaprovação dos habitantes locais.
Os estereótipos presentes em “Emily em Paris” podem ter sido motivo de incômodo. No entanto, “Toda Luz que Não Podemos Ver”, uma minissérie que estreou no dia 2 de novembro no catálogo da empresa, apresenta uma falha histórica.
Na série de guerra, acompanhamos dois jovens cujas vidas são profundamente afetadas pela Segunda Guerra Mundial: Marie-Laure (interpretada por Aria Mia Loberti), uma jovem francesa cega que se abriga junto ao seu tio, e Werner (interpretado por Louis Hoffman), um soldado alemão com habilidades em transmissões de rádio.
Por meio de uma conexão secreta, eles encontram um raio de esperança.
No terceiro episódio da minissérie, o pai da personagem principal, interpretado por Mark Ruffalo, instrui Marie a retornar a Paris com o propósito de fazer os alemães acreditarem que ele nunca deixou a capital.
Para tranquilizar a filha, ele menciona que, partindo de Bordeaux, é necessário apenas uma breve viagem de trem para voltar.
A breve frase “fica a apenas três horas de trem” gerou controvérsias entre os franceses, pois evidenciou uma inconsistência histórica.
Isso ocorre porque o TGV (Trem de Grande Velocidade), que conecta as duas cidades, só foi inaugurado em 1981.
Na década de 1940, seria impossível realizar a viagem em um período tão curto.
Netflix gera controvérsia ao representar França
Imagem: Netflix/Reprodução
O idioma utilizado em “Toda Luz que Não Podemos Ver”, assim como na primeira temporada de “Emily em Paris”, também desagradou o público francês.
A história se desenrola na França, no entanto, os personagens se comunicam em inglês com sotaques francês e alemão. Em uma entrevista ao AlloCiné, o diretor Shawn Levy explicou a razão por trás dessa escolha.
“O principal motivo é que o livro foi escrito em inglês. Todos os personagens, sejam alemães ou franceses, falam a língua do autor. Então fizemos a mesma escolha”, disse Levy.
“Toda Luz que Não Podemos Ver” é a adaptação do romance de mesmo nome, escrito pelo autor norte-americano Anthony Doerr em 2014.