Não foi um asteroide? IA desafia ciência e contesta teoria sobre fim dos dinossauros

Estudo recente se baseou em resposta dada por sistema de inteligência artificial que contraria visão sobre a extinção dos dinossauros.

A extinção dos dinossauros já é um fato aceito pela ciência, mas as causas ainda suscitam algumas discordâncias. Recentemente, a questão tornou-se ainda mais nebulosa depois que a inteligência artificial intensificou as dúvidas sobre a hipótese de que um asteroide teria exterminado todos eles.

A ciência trabalha com a teoria de que a colisão de um asteroide com a Terra teria ocasionado a extinção em massa dos dinossauros. O impacto teria gerado uma cratera gigante, que já foi identificada por cientistas.

Além disso, estudiosos encontraram também fósseis dos animais que seriam datados do mesmo período do ocorrido.

Um ponto de vista diferente

Mesmo que essa tese tenha sido repetida ao longo do tempo, existe um grupo de cientistas que defende algo diferente.

Eles alegam que, apesar do impacto devastador do asteroide, os dinossauros foram extintos lentamente devido ao desequilíbrio natural ocasionado por atividades vulcânicas.

De acordo com esses estudiosos, o planeta recebeu 1,3 milhão de quilômetros cúbicos de basalto, gás que acompanhou as erupções da época, e isso teve papel central na mudança climática que desencadeou a extinção dos dinossauros.

Foi ou não um asteroide que determinou a extinção dos dinossauros? Teorias se contradizem. Foto: Reprodução

O que diz a IA?

Eis que agora, com o avanço dos sistemas de inteligência artificial, o assunto voltou à pauta. Um estudante da Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, alimentou a IA com dados geológicos e climáticos do período Jurássico, bem como com registros fósseis dos animais.

Alex Cox e seu supervisor, Dr. Brenhin Keller, criaram um sistema que analisou as mudanças nos níveis de dióxido de carbono e de enxofre na atmosfera, bem como as consequências dessas variações para a temperatura do planeta, durante um intervalo de tempo de 2 milhões de anos antes e depois do fim do Cretáceo.

A IA surpreendeu os pesquisadores ao alcançar 300 mil cenários diferentes, destacando qual seria o mais provável de ter acontecido de fato. O sistema concluiu que o impacto do asteroide gerou pouca diferença nos níveis climáticos de carbono e enxofre, mas pode ter comprometido a cadeia alimentar de outras maneiras.

A inteligência artificial expôs que as mudanças climáticas suficientes para acarretar uma extinção em massa da espécie teriam sido, provavelmente, resultado de atividades vulcânicas, o que reforça a tese de um grupo de cientistas discordantes. O estudo final foi publicado na revista Science.

Críticas ao estudo

Brenhin Keller destacou que o trabalho se baseou em dados de forma independente e sem viés humano. A reação da comunidade científica, todavia, não foi nada boa. Muitos cientistas criticaram a conclusão da IA a respeito da extinção dos dinossauros.

Eles alegam que a forma como a questão foi elaborada influenciou na resposta. Ademais, surgiram questionamentos sobre dados de temperaturas globais que foram inseridos no sistema de IA.

Para eles, embora um asteroide não fosse capaz de afetar tanto a atmosfera, poderia ter ocasionado a morte dos animais de outras formas.

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