Erro ou acerto de 'Jurassic Park'? Mosquito realmente pode guardar DNA de dinossauros?

Base científica do filme, que foi um grande fenômeno da história do cinema, gera uma série de dúvidas e questionamentos.

O filme ‘Jurassic Park – Parque dos Dinossauros’ já tem mais de 30 anos desde o seu lançamento, mas ainda hoje é reverenciado pelos amantes da sétima arte.

A obra, dirigida por Steven Spielberg, transformou-se em um autêntico fenômeno e foi uma das produções cinematográficas mais vistas da história.

Ele foi marcante por diversos motivos, especialmente porque foi o primeiro a utilizar imagens geradas por computador, o que favoreceu consideravelmente o realismo na criação de dinossauros para o cinema.

O sucesso foi tão grande que o filme deixou um legado impressionante, tornando-se uma franquia de conteúdos.

Além de outros dois longas-metragens, em formato de continuação, a produção rendeu ainda uma trilogia décadas depois e diversos outros produtos.

E a questão científica?

Imagem: ‘Jurassic Park’/Reprodução

Efeitos especiais e realismo à parte, a parte científica de ‘Jurassic Park’ também chama a atenção do público. A história, extraída do livro de Michael Crichton, apresenta uma certa fundamentação na ciência para sustentar o enredo.

Exemplo disso é a informação de que a extração do DNA de mosquitos pré-históricos seria suficiente para clonar espécies extintas, a partir da genética de anfíbios. Essa correlação suscita uma pergunta imediata: isso é realmente possível?

A realidade mostra que a ciência ainda não conseguiu extrair material genético viável de insetos, tampouco de partes extremamente bem preservadas de dinossauros encontradas ao longo do tempo.

Conservação de DNA seria algo viável?

A resposta para essa pergunta é que é impossível um mosquito, como o exemplificado no filme, ter guardado o DNA de dinossauros por milhares de anos. Essa, com certeza, é uma falha do roteiro.

Para agravar a situação, o mosquito que aparece em ‘Jurassic Park’ é um mosquito-elefante, ou seja, a única espécie desse tipo de inseto que não se alimenta de sangue humano ou de animais. Isso torna ainda mais improvável a possibilidade de que ele contenha em si o DNA de dinossauros.

Há cerca de uma década, o entomologista Joe Conlon declarou, em entrevista ao site Business Insider, que existiam mosquitos no período Jurássico e que, certamente, eles se alimentavam do sangue dos dinossauros.

Por outro lado, os mosquitos daquela época não são os mesmos que foram retratados no filme.

“Infelizmente, a espécie retratada em ‘Jurassic Park’, Toxorhynchites rutilus, não se alimenta de sangue. De fato, é o único tipo de mosquito que não se alimenta”, disse ele.

Falha visível: mosquito macho

Outro elemento que amplia a falha do filme é o fato de que o mosquito que aparece na tela é um macho, e somente as fêmeas se alimentam de sangue.

Além disso, de acordo com o roteiro, o mosquito teria sido encontrado na República Dominicana. Até o momento, sabe-se que nenhum fóssil antigo de dinossauro foi descoberto no país.

Ao se aprofundar no caso, o jornal Daily Mail descobriu que Spielberg optou por utilizar o mosquito-elefante, pois ele é a maior espécie do planeta e, assim, facilita as filmagens.

Ele não se alimenta de sangue, mas é um predador que consome presas comuns, como microcrustáceos, rotíferos e outros hexápodes.

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