MPF pede que WhatsApp adie lançamento da ferramenta “Comunidades”
O novo recurso traz a possibilidade de agrupar mais de 2.500 pessoas, anunciou a plataforma. Saiba mais sobre o assunto!
O Ministério Público Federal em São Paulo enviou um ofício ao WhatsApp questionando sobre a possibilidade de adiar o lançamento do recurso “Comunidades“.
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Segundo o órgão, as Comunidades do WhatsApp podem permitir uma propagação da desinformação na plataforma, o que significaria um declínio.
No ofício, encaminhado no sábado (16) ao diretor de Políticas Públicas do WhatsApp, Dario Durigan, o MPF solicita que a plataforma esclareça algumas informações sobre a ferramenta “comunidades “.
No documento, o órgão também pede que o WhatsApp estude a possibilidade de adiar a implementação das “comunidades” para 2023 e não para o período depois das eleições, como a empresa havia divulgado.
Saiba o que são as “Comunidades” do WhatsApp
Atualmente, o WhatsApp permite a formação de grupos com até 256 pessoas, no máximo, porém, com a nova ferramenta, o aplicativo permitirá aumentar o número de integrantes para 2.560 pessoas.
No país, o WhatsApp intenciona implantar a mudança após as eleições presidenciais, a fim de não causar um impacto no processo eleitoral.
Segundo o MPF, a nova ferramenta pode significar um “retrocesso no movimento de contenção de comportamentos abusivos potencialmente ligados à desinformação, que o WhatsApp, a princípio, vinha promovendo de forma eficiente nos últimos anos“.
O adiamento seria sensato, segundo o MPF, “considerando os riscos, dada a recente experiência vivida nos Estados Unidos, com a grave invasão do Capitólio, que um aumento de viralização de conteúdo potencialmente desinformativo pode trazer para os direitos fundamentais de participação política dos cidadãos e das cidadãs” no Brasil.
Uma versão do Capitólio no Brasil?
Nos Estados Unidos, em janeiro de 2021, após a derrota de Donald Trump e a vitória de Joe Biden, os adeptos do ex-presidente republicano motivaram uma invasão à sede do Congresso, com o intuito de evitar a legalização da conquista de Biden.
A invasão ao Capitólio resultou em cinco pessoas mortas (quatro manifestantes e um policial) e centenas de feridos.
O órgão do governo brasileiro também questiona os impactos em relação à atual política de enfrentamento à falta de informações e à violência digital e quais medidas a plataforma propõe para neutralizar os prejuízos que a mudança pode acarretar.