Mistérios e cautela: por que tumba do 1º imperador da China ainda não foi aberta?
Perigos envolvem a abertura da tumba de Qin Shi Huang; especulações remetem a armadilhas e riscos de danos irreparáveis.
O túmulo do primeiro imperador da China, Qin Shi Huang, permanece fechado, apesar de ter sido identificado pelos arqueólogos. Este enigmático local, parte de um complexo funerário do século III a.C., é marcado por sua inigualável importância histórica.
Apesar da curiosidade sobre o que pode ser encontrado dentro do complexo funerário, a cautela prevalece, envolvendo razões que vão além do medo de maldições.
O verdadeiro temor em abrir a tumba milenar
Apesar do exército de estátuas de terracota, que guarda a necrópole e conta com mais de 8 mil efígies de guerreiros, com novas descobertas até 2022, o mausoléu do imperador permanece intocado.
Situado na província de Shaanxi, Patrimônio Mundial da UNESCO, a colina que guarda o túmulo resiste às tentativas dos arqueólogos de acessá-lo.
Os medos dos arqueólogos variam. Uma das preocupações menos relevantes, porém simbolicamente ressoante, é o receio de armadilhas antigas, uma reminiscência dos contos de aventura de Indiana Jones.
Contudo, o perigo mais realista é o mercúrio. Descobertas sugerem vestígios desse elemento nos arredores da necrópole, cujo uso pode ter sido decorativo ou na retirada da água dos rios do interior do túmulo.
A tumba foi descoberta em 1974 por camponeses locais – Imagem: Dreamstime/Reprodução
O temor central é a possibilidade de danos. Os especialistas evitam a exploração, temendo estragos irreparáveis.
A preocupação vai além de questões estruturais: a exposição a elementos externos, inscrições valiosas nas paredes e a potencial deterioração do conteúdo interno representam riscos consideráveis.
Experiências passadas, como as escavações em Tróia e no túmulo de Tutancâmon no Egito, servem como advertências. Os danos causados pela exploração arqueológica histórica deixaram valiosas informações perdidas para sempre.
A decisão de abrir o túmulo repousa nas mãos do governo chinês, que aguarda avanços tecnológicos que minimizem os danos durante a exploração.
Enquanto isso, técnicas inovadoras, como a utilização de múons e varreduras aprimoradas, oferecem promessas de preservação e descoberta sem precedentes.
Enquanto o mundo aguarda, a tumba de Qin Shi Huang permanece envolta em mistério, aguardando não apenas a descoberta do que está escondido em seu interior, mas o desenvolvimento de métodos que garantam uma exploração responsável e preservem seu legado histórico para as futuras gerações.