Mistérios do fundo do mar: por que não conseguimos explorá-lo e o que há nas profundezas?
O fundo do oceano é uma zona repleta de mistérios e curiosidades que ainda intrigam os cientistas. Saiba o que há nesse local e o motivo assustador para não nos aventurarmos por lá.
O ser humano é curioso por natureza, por isso está sempre explorando novos lugares do planeta para adquirir cada vez mais conhecimento. Inclusive, a aventura humana já atingiu outros mundos fora da Terra. Mesmo assim, ainda não conseguimos nos aventurar e descobrir tudo sobre a vasta extensão dos nossos próprios oceanos.
Muitos já tentaram descobrir coisas novas, como o recente caso do submersível Titan, que infelizmente implodiu na busca pelo Titanic e não trouxe informações inovadoras.
O fundo do mar é um local incrível e desperta curiosidade em qualquer um, por conta da sua misteriosidade que abriga inúmeras formas de vida. O desejo de explorar essas regiões desconhecidas e desvendar seus segredos impulsiona cientistas e pesquisadores a mergulharem nas profundezas marítimas, em uma busca por descobertas.
Mistérios do fundo do mar
Foto: Pplware/Reprodução
Os oceanos são uma grande fonte de conhecimento. Suas diferentes paisagens submersas e a biodiversidade chamam a atenção dos aventureiros. Mesmo com diversas tecnologias, nem todos os ambientes foram explorados por nós: um deles é o limite dessas águas que parecem infinitas.
Até hoje, algumas fossas já foram descobertas e parecem ser os pontos mais profundos do oceano, como a Fossa de Porto Rico, no Atlântico, a Fossa de Java e até a Fossa das Marianas, a mais profunda já encontrada na Terra.
A distância entre a superfície e o fundo é tão grande que nem mesmo o maior pico conhecido, o Monte Everest, poderia cobri-la caso estivesse submerso. Na verdade, ainda haveria uma sobra de mais de dois quilômetros. Isso porque o Monte Everest tem 8.848 metros de altitude, enquanto o ponto mais profundo do oceano chega a 10.984 metros.
Além dos cenários incríveis, essa imensidão abriga grandes e interessantes criaturas, que conseguem sobreviver aos climas mais extremos que conhecemos, se adaptando como podem.
Criaturas do fundo do oceano
Foto: MDIG/Reprodução
Conhecidos como seres abissais, as criaturas que ocupam o fundo do mar são grandes exemplos de adaptação biológica e super resistência. Dezenas de milhares de animais vivem nas condições profundas do oceano, preenchendo a escuridão com sua bioluminescência (luz própria emitida por processos biológicos).
Diversos sons, vídeos e imagens desses animais já foram capturados, revelando as bizarrias que surpreendem os pesquisadores, como lulas gigantes, tubarões-duende, peixes-dragão, o temível peixe-lanterna e muitos outros.
Cada um, com características únicas que mostram sua soberania na zona abissal, sobrevivendo às temperaturas, à pressão e à falta de luminosidade.
Foto: BBC/Reprodução
Por que não podemos explorar estes locais?
A dificuldade na exploração das zonas abissais pelos seres humanos é o resultado dos diferentes fatores extremos que guardam os segredos das profundezas.
Primeiramente, a luz solar não consegue atingir esse ponto dos mares, ou seja, a escuridão reina e nossa visão fica limitada por lanternas externas nos submarinos. Além disso, as temperaturas são muito baixas, próximas de zero, sem o aquecimento solar.
Ainda há o fator mais preocupante: a pressão. A coluna de água que se forma acima de qualquer objeto submerso nessas profundidades, quilômetros abaixo da superfície, cria uma pressão esmagadora.
Por exemplo, em 1960, pesquisadores liderados por Jacques Piccard tentaram atingir o ponto mais profundo conhecido com o submarino Trieste. Porém, eles puderam explorar por apenas 20 minutos, devido à pressão de mil vezes maior que a pressão atmosférica, correndo o risco de implosão e sem nenhuma visibilidade.
Assim, temos que nos conter às descobertas rasas, pois os mistérios profundos ainda não têm soluções. A humanidade aguarda o avanço tecnológico que possibilite uma exploração mais detalhada desses locais tão curiosos.