Mineração e desenvolvimento: saiba como uma mina fez uma pequena cidade enriquecer
A Mina de Brucutu enriqueceu esta cidade, elevando seu PIB per capita. Porém, o constante desenvolvimento urbano pode causar desconfortos e desafios à comunidade.
A exploração de minérios no Brasil desempenha um papel significativo na economia do país e tem um impacto positivo no Produto Interno Bruto (PIB) das cidades, especialmente aquelas localizadas em regiões com atividades de mineração intensas.
O setor mineral é uma das principais fontes de recursos naturais do Brasil e inclui a extração de minerais como ferro, alumínio, cobre, ouro, nióbio, entre outros.
Algumas das principais áreas de exploração mineral no país incluem o Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, a Serra dos Carajás no Pará, o Complexo de Urucum no Mato Grosso do Sul e a Serra do Navio no Amapá, entre outras.
A atividade de mineração pode ter um impacto significativo nas economias locais e nas cidades onde ocorre. Ela pode contribuir para o aumento do PIB dessas cidades de diversas maneiras.
Temos o exemplo da geração de empregos, já que a mineração emprega uma quantidade substancial de trabalhadores, desde operadores de máquinas até engenheiros especializados.
Isso pode levar a um aumento na população economicamente ativa da região e, por sua vez, acolher o consumo local e a demanda por serviços. Ou então, a criação de infraestrutura, pois a mineração requer muitas vezes a construção de estradas, ferrovias, portos e instalações de processamento.
Isso não apenas facilita a atividade de mineração, mas também pode beneficiar outras eficiências e melhorar a conectividade da região.
São Gonçalo do Rio Abaixo
Vamos explorar com maior profundidade o exemplo de São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), uma cidade localizada nas proximidades de Belo Horizonte, que se destaca como um exemplo notável da forma como a exploração de garimpos pode engendrar benefícios substanciais para as localidades.
São Gonçalo do Rio Abaixo sobressai-se como um polo emblemático, ostentando o índice mais elevado de Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, o que atesta a contribuição significativa da exploração mineral para sua economia local.
Com uma população de aproximadamente 12 mil residentes, a cidade impressiona os montantes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com números que rondam a 15 mil reais por habitante. Sem esquecer que o PIB dividido por habitante é de incríveis 209 mil reais.
De onde vem tanta riqueza?
Foto: Vale / Reprodução
A Mina de Brucutu, operada pela gigante mineradora Vale SA, representa uma fonte significativa de recursos para São Gonçalo do Rio Abaixo.
A exploração intensiva do minério de ferro na região não somente gera empregos diretos e indiretos, impulsionando o mercado de trabalho local, como também instiga o florescimento de uma rede complexa de atividades adjacentes.
Os impulsos reverberam não apenas nas atividades vinculadas à mineração, mas também naquelas associadas à cadeia de fornecedores, logística e prestação de serviços especializados.
Os impostos e royalties provenientes das operações de mineração canalizam recursos consideráveis para o orçamento de São Gonçalo do Rio abaixo.
Tais recursos viabilizam investimentos em infraestrutura, educação, saúde e outras áreas necessárias para o bem-estar da comunidade local, o que se percebe nitidamente na cidade que possui três escolas de ensino integral.
Problemas da exploração mineral
Por outro lado, é verdade que a riqueza trazida pela Mina de Brucutu traz vários impactos negativos para São Gonçalo do Rio Abaixo. Por exemplo, embora as obras e melhorias indiquem progresso, muitas pessoas na cidade podem se sentir desconfortáveis com tantas construções em um lugar pequeno.
As obras frequentes causam problemas para as pessoas. A cidade é pequena e pode não estar pronta para tantas mudanças ao mesmo tempo. Coisas como o trânsito congestionado, barulho, mudança no ar e mudanças na rotina diária deixam as pessoas se sentindo divididas.
Também há o uso de componentes pesados para a extração dos materiais, principalmente em regiões de aquíferos e no solo em geral, o que prejudica e muito a qualidade de vida de toda a população.
Outra queixa está justamente na falta de planejamento futuro, ou seja, não está sendo considerado que daqui a alguns anos a exploração vai acabar, e então a cidade terá que buscar outras fontes de renda, que agora não estão sendo criadas.