Metade da população DESTA cidade brasileira ainda é criança: juventude domina!
Conheça o município em que metade da população é composta por crianças, caracterizando-se como o mais jovem do país.
O Censo Demográfico de 2022 revelou uma mudança significativa na demografia do Brasil, demonstrando o envelhecimento mais rápido da população do que em décadas passadas.
No entanto, em meio a esse panorama de transformação, surge um município peculiar e surpreendente: Uiramutã, localizado no coração de Roraima, na tríplice fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana.
A cidade da juventude e da diversidade
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Uiramutã é o município com o menor índice de envelhecimento e a menor idade mediana do país.
Enquanto a idade mediana do brasileiro é de 35 anos, em Uiramutã, metade da população tem 15 anos ou menos. A cidade também ostenta o título de ser o município mais indígena do Brasil, com a maior parcela de sua população se autodeclarando indígena.
Imagem: Thiago Orihuela/Reprodução
Uiramutã é o lar de 13.751 habitantes, dos quais impressionantes 96,60% pertencem a povos tradicionais. A cidade, com uma área territorial de 8.113,598 km², está localizada a 280 km da capital, Boa Vista, e é a décima mais populosa entre os 15 municípios do estado de Roraima.
Uma característica marcante de Uiramutã é a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, que abrange a maior parte de sua área. Esta é habitada pelos povos indígenas Ingarikó, Macuxi, Patamona, Taurepang e Wapichana.
Desafios da longevidade
Apesar de ser uma cidade onde a juventude predomina, Uiramutã enfrenta desafios relacionados à saúde e à expectativa de vida de sua população. Em particular, Roraima é afetado pelas disputas territoriais, tornando a saúde indígena ainda mais vulnerável.
O professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Hernane Guimarães dos Santos Junior, especializado em pesquisa de saúde indígena, destaca que a maioria dos povos indígenas enfrenta baixa longevidade devido à falta de acesso a serviços de saúde de qualidade.
A contaminação ambiental e as disputas territoriais, resultantes do garimpo e do agronegócio na região, também impactam diretamente a qualidade de vida e a expectativa de vida dessas comunidades.
Desde o nascimento até a fase idosa, os povos indígenas enfrentam dificuldades de acesso a vacinas, medicamentos e atendimentos médicos.
O potencial do turismo e do etnoturismo
Contrariando as expectativas, a prefeitura de Uiramutã destaca o potencial da cidade para o turismo, apresentando o etnoturismo como uma atração característica.
Essa modalidade de turismo objetiva apresentar aos visitantes a vida, os costumes e a cultura dos povos indígenas da região. Uiramutã, com sua riqueza cultural e natural, é um local ideal para quem deseja experimentar a autenticidade das tradições indígenas.
O Censo do IBGE revela que, dos 13.7 mil habitantes, 2.541 são crianças com idades de 0 a 4 anos, 2.292 têm de 5 a 9 anos e 1.942 pessoas têm idades de 10 a 14 anos.
A cidade também abriga apenas dois moradores que já atingiram a idade de 100 anos, um contraste notável com a juventude predominante.
Além disso, outras cidades com baixa idade mediana, como Normandia, situada na fronteira com a Guiana, e Amajari, próxima à fronteira com a Venezuela, também fazem parte do cenário demográfico de Roraima.
Isso indica que o estado é uma região onde a juventude prospera. Confira o gráfico que demonstra isso:
Imagem: IBGE/Reprodução
Uiramutã, com sua população jovem e diversa, representa um caso singular no panorama demográfico do Brasil.
Seu potencial para o turismo e o etnoturismo oferece oportunidades para celebrar e compartilhar a riqueza cultural e natural de seus povos indígenas, tornando-se um destino único no mapa do Brasil.