Medo de se demitir? No Japão, é possível PAGAR uma startup para fazer isso
Uma nova startup do Japão está chamando a atenção por prestar um serviço um tanto estranho para nós: pedir demissão no lugar do funcionário. Entenda.
Trabalhar já não é uma tarefa muito agradável para a maioria das pessoas; agora, imagine ter um serviço que você simplesmente odeia e ainda não poder sair dele. Infelizmente, essa é uma realidade para muitas pessoas, principalmente aquelas que necessitam do seu cargo para viver, por conta da vulnerabilidade financeira.
Contudo, em algumas culturas, mesmo os mais seguros economicamente são quase “forçados” a trabalhar, pressionados pelo julgamento social, sendo muito difícil sair de um emprego no qual a pessoa está infeliz.
É neste contexto que muitos japoneses vivem. Por isso, uma startup chama a atenção pela sua proposta de prestar um serviço inusitado aos trabalhadores: pedir demissão em nome deles.
Japoneses estão pagando para pedir demissão
Uma startup japonesa está lucrando por meio de um serviço que, aos nossos olhos, pode parecer bem estranho. A empresa Exit, como o próprio nome sugere, faz todo o processamento de um pedido de demissão por parte do funcionário por um preço aproximado de 20 mil ienes (moeda japonesa), o equivalente a cerca de R$690,00 na conversão direta atual.
Os serviços vão desde os processos mais burocráticos, com a assinatura e responsabilidade pela papelada, até o pedido de demissão propriamente dito, falando diretamente com o chefe da empresa em nome do contratante.
Atualmente, a startup recebe cerca de 10 mil clientes anuais, sendo que a maioria deles são homens jovens, com idade próxima aos vinte anos.
O motivo do sucesso
Para muitos isso pode parecer um serviço desnecessário, porém, no Japão, a cultura rígida de trabalho torna os pedidos de demissão um verdadeiro desafio. Segundo o co-fundador da startup, Toshiyuki Niino:
“Quando você tenta se demitir, eles fazem com que você se sinta envergonhado e culpado por deixar o emprego”, disse à Al Janezza em uma entrevista.
Por conta disso, o empresário decidiu fundar sua empresa visando facilitar a vida dos funcionários e mudar a cultura conhecida como “Karoshi”, que, em tradução livre, é literalmente “morrer por excesso de trabalho”.
Ainda hoje, diversos indivíduos apresentam desejos suicidas no país por conta dessa cultura repressiva, sendo que a média de permanência em um emprego no Japão é de 12,4 anos.