La Niña: 'irmã' de El Niño afeta o clima no Brasil em 2024

As previsões meteorológicas indicam uma mudança de padrão climático com a chegada de La Niña e seus impactos em diferentes regiões do país. Confira!

O cenário climático brasileiro está prestes a passar por uma reviravolta, indo do calor abrasador do El Niño para a frescura da La Niña.

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) prevê que o El Niño, responsável pelos extremos climáticos recentes, persistirá até março ou, no máximo, até abril.

Contudo, as águas começarão a esfriar entre março e maio, dando lugar à provável fase de neutralidade em junho, com 73% de chance.

O que são esses fenômenos e como influenciam o clima brasileiro?

Os dois fenômenos afetam os oceanos – Imagem: Giovanna Gomes/Ed. Globo/Reprodução

El Niño

O El Niño, conhecido por aquecer as águas do Oceano Pacífico, tem sido o protagonista climático recente no Brasil.

Responsável por ondas de calor, secas extremas no Norte e Nordeste e enchentes na Região Sul, o fenômeno meteorológico tem deixado sua marca.

Meteorologistas da MetSul indicam que o processo de transição para a neutralidade será gradual, impactando nosso cotidiano à medida que o oceano se ajusta.

La Niña

A La Niña, por sua vez, é caracterizada pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, trazendo consigo mudanças significativas no padrão climático.

De acordo com especialistas, tal transição climática promete extremos como chuvas intensas, vendavais, episódios de neve e geadas entre o inverno e a primavera.

Andrea Ramos, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), destaca ao Metrópolis que a La Niña também pode provocar temperaturas mais baixas na Região Centro-Oeste, relembrando até o recorde de frio no Distrito Federal registrado em 2022.

Em entrevista ao Globo Rural, Estael Sias, metereologista da MetSul, alerta para os impactos da virada de La Niña.

Ele aponta que a rápida mudança climática trará consigo extremos climáticos, como chuvas intensas, vendavais e possíveis eventos de neve.

O especialista enfatiza ainda que esta transição não acontecerá da noite para o dia, demandando tempo para que o oceano influencie a atmosfera e altere nosso dia a dia.

A trajetória do La Niña nos últimos anos

O último episódio da La Niña, encerrado em março de 2023, teve uma duração de três anos e impactou severamente o Sul do Brasil.

Estiagens severas resultaram em quebras de safra consecutivas, deixando uma marca duradoura na região.

O fenômeno La Niña é conhecido por tornar o clima mais seco e frio no Sul, enquanto o Sudeste e o Centro-Oeste experimentam amplitudes térmicas, tardes quentes e noites mais geladas.

Andrea Malheiros, meteorologista do Inmet, destaca ao Correio Braziliense que La Niña deve começar a mostrar seus efeitos a partir de outubro.

No entanto, os impactos mais significativos na América do Sul serão sentidos na primavera, especialmente nos meses de outubro e novembro.

Nessas fases, a tendência é de seca no Sul do Brasil, aliviada no verão, quando as chuvas tendem à normalidade.

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