Inverno de 2023 bate recorde de calor e foi o mais quente dos últimos 60 anos; entenda os motivos

O inverno de 2023 surpreendeu o Brasil com temperaturas elevadas e falta de frio devido a fatores climáticos, deixando muitos questionando o que causou essa mudança inesperada.

O inverno de 2023 certamente se destacou como um período excepcional e decepcionante para muitos brasileiros que anseiam por temperaturas frias e a possibilidade de ver neve ou geada, principalmente na região sul do país. No entanto, o que ocorreu foi uma reviravolta climática que desafiou as expectativas de muitos.

A chegada do inverno brasileiro sempre trazia consigo a esperança de uma temporada gelada e a possibilidade de testemunhar fenômenos incomuns, como neve, pelo menos na região Sul, onde as temperaturas costumavam cair para níveis mais baixos. No entanto, o inverno de 2023 foi marcado por um calor intenso que pegou muitos de surpresa.

As altas temperaturas registradas durante esse inverno não tinham precedentes desde 1961, e isso causou desapontamento nos amantes do frio.

Foto: Olhar Digital/Reprodução

Desde o início da temporada, já havia rumores de ondas de calor que desafiariam a tradicional imagem de inverno no Brasil, mas a maioria das pessoas ainda esperava que o clima se normalizasse com o tempo.

O calor não poupou as regiões do país. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, os moradores enfrentaram cerca de 70 dias de temperaturas extremamente elevadas, com termômetros consistentemente registrando valores acima dos 30 °C, algo incomum para a estação do inverno.

Imagem: INMET/Reprodução

Um exemplo notável foi em Cuiabá, onde, em 23 de agosto, os termômetros alcançaram impressionante 41 graus, uma marca que desafiou a resistência até dos mais acostumados ao clima quente.

Motivos para esse fenômeno

O inverno de 2023, caracterizado por altas temperaturas em pleno período que tradicionalmente deveria ser frio, foi influenciado por uma ocorrência climática conhecida como El Niño.

O El Niño faz parte de uma previsão climática maior chamada ENSO (El Niño-Oscilação Sul), que ocorre no Oceano Pacífico tropical. Em condições normais, os ventos alísios sopram do leste para o oeste, empurrando as águas quentes da superfície do Pacífico oeste em direção à Ásia.

Essa água mais quente cria uma área de baixa pressão sobre o oeste do Pacífico e uma área de alta pressão sobre a costa da América do Sul.

Porém, durante um evento El Niño, essa circulação normal é interrompida. As águas quentes do oeste do Pacífico fluem de volta em direção à América do Sul e à região central. Isso tem consequências drásticas para o clima global, incluindo o do Brasil.

No Brasil, o El Niño tende a trazer uma série de mudanças climáticas, como o aumento das temperaturas e o aumento da frequência e intensidade das chuvas em várias regiões.

Isso explica o clima quente e seco que predominou durante o inverno de 2023, deixando os amantes do frio decepcionados, mas também atesta os grandes estragos realizados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, por exemplo.

Foto: EBC/Reprodução

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