Ilegal? Proposta milionária de George Clooney para acabar com a greve é recusada

Uma coalizão de renomados astros e estrelas de Hollywood, incluindo George Clooney, Ben Affleck, Emma Stone, Tyler Perry e Scarlett Johansson, reuniu-se em um esforço para apoiar o Screen Actors Guild (SAG), sindicato que representa os atores nos Estados Unidos.

Quem encabeçou esse movimento foi Clooney e sua intenção era a de, a partir de um montante de US$ 150 milhões, pôr fim à greve de atores que paralisou a indústria cinematográfica estadunidense.

O gesto visava proporcionar benefícios e aliviar a pressão financeira sobre os membros do sindicato, especialmente em relação aos cuidados de saúde, mas foi recusado pelo sindicato por ser ilegal.

Uma oferta de US$ 150 milhões

George Clooney, conhecido por seu papel em “Onze Homens e um Segredo“, lidera esse esforço conjunto dos atores. Em uma reunião com líderes do SAG, eles se comprometeram a contribuir com um adicional de US$ 50 milhões por ano durante três anos, totalizando um montante impressionante de US$ 150 milhões.

Acerca disso, Clooney declara:

“Muitos dos que mais recebem querem ser parte da solução. Oferecemos a opção de remover o teto de contribuição e injetar US$ 50 milhões anualmente. Acreditamos que é justo que nós paguemos mais, especialmente dadas as atuais circunstâncias.”

O SAG tem buscado negociar um aumento nos valores diretamente com a AMPTP, que representa os maiores estúdios de Hollywood. No entanto, as conversas parecem estar em um impasse e o setor cinematográfico foi impactado pela greve dos atores.

George Clooney, como líder do movimento das estrelas de elite, também propôs uma mudança na estrutura dos repasses residuais, que é o dinheiro pago aos atores quando uma série ou um filme é reexibido.

No entanto, a proposta foi recusada. Fran Descher, presidente do SAG, explica que o sindicato é federal e que, por isso, todos os salários e benefícios devem ser regulamentados e ser acordados em contrato.

Imagem: Instagram/@sagaftra/Reprodução

Uma nova abordagem na distribuição de pagamentos

Clooney sugeriu uma abordagem que inverteria a ordem de pagamento dos repasses, priorizando os atores menos conhecidos antes dos grandes nomes da indústria.

Com isso, o objetivo é enfrentar o desafio trazido pelas plataformas de streaming, que impactaram os valores dos repasses.

“Estamos propondo uma estrutura de pagamento ‘de baixo para cima’. Isso significa que os atores menos conhecidos seriam os primeiros a receber seus cheques, não os últimos”, explicou Clooney. “Essas negociações continuarão, mas queremos mostrar nossa unidade e nosso compromisso em reduzir a disparidade nos pagamentos aos atores.”

Na semana passada, George Clooney já havia feito um apelo aos estúdios para que não interrompessem as negociações com o sindicato. As empresas haviam rejeitado uma proposta para aumentar o pagamento aos atores com base no número de assinantes em plataformas de streaming.

A oferta dos astros de Hollywood proporciona um novo raio de esperança à indústria cinematográfica, que busca restaurar a produção e manter a magia do cinema viva.