Humanos de mentira? Cientistas geram 1º embrião sintético humano por meio de células-tronco

Uma pesquisa recente foi capaz de criar um embrião humano sintético sem uso de gametas, um avanço inédito para a Ciência. Confira os detalhes!

O avanço tecnológico vem possibilitando descobertas científicas, principalmente nas últimas décadas, já que, quanto mais se evolui, mais rápido é esse processo.  

E à medida que a Ciência avança, o desenvolvimento do conhecimento humano sobre os próprios processos biológicos que o caracterizam e o definem como tal cresce.

Estudos no âmbito da genética podem nos ajudar a compreender melhor um pouco sobre nós mesmos e a desvendar possíveis soluções para problemas incompreendidos.

Nesse sentido, uma pesquisa apresentada nesta semana, na reunião anual da Sociedade Internacional para Pesquisa de Células-Tronco (ISSCR), se destacou por criar os primeiros embriões humanos sintéticos a partir de células-tronco em laboratório, algo não visto até então.

1º embrião humano sintético é criado em laboratório dos EUA

Cientistas dos Estados Unidos e do Reino Unido conseguiram criar o primeiro embrião humano sintético, sem uso de gametas humanos vivos. Embora não tenha sido publicado ainda em revista, o estudo mostra que os embriões se desenvolveram até a fase equivalente a 14 dias de gestação.

Segundo a apresentadora da pesquisa, Magdalena Zernicka-Goetz, professora da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, os embriões criados, que não chegaram a desenvolver nenhum tipo de órgão, limitando-se ao processo inicial de desenvolvimento, são um avanço empolgante para a ciência.

Isso porque a semelhança entre eles e os de humanos  pode ajudar a entender problemas genéticos e de falhas gestacionais. O estudo com células-tronco embrionárias, isto é, aquelas capazes de se transformar em qualquer tipo de célula, sempre gera opiniões diversas e debates morais e ligais.

Um debate ético

Embora não haja confirmação se os embriões poderiam desenvolver órgãos, um debate ético se iniciou na comunidade acadêmica. A professora de ética da Universidade de Sydney, Kathryn MacKay, se posicionou sobre o caso: “

“Há uma questão moral envolvida na criação de algo para pesquisa que pode ou não ter o potencial de viver como sua própria entidade completa. Se eles puderem viver como suas próprias entidades plenas, então devemos perguntar se é moralmente permissível criar seres vivos apenas para fins de pesquisa.”  

Além disso, as diretivas da própria ISSCR afirmam que a pesquisa com as células-tronco embrionárias é eticamente permitida em vários países, desde que haja uma rigorosa vigilância. Mesmo assim, o público se preocupa com a possibilidade de se gerar um ser vivo e como isso é moralmente questionável.

Mas vale ressaltar que a pesquisa é um avanço inegável e segue uma linha de feitos da pesquisadora Magdalena, que, no ano passado, já havia criado um embrião de camundongo que desenvolveu órgãos como cérebro, coração e algumas outras bases.

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