Governo quer alterar cálculo do salário mínimo. Qual será o valor em 2025?

O governo federal apresentou ao Congresso Nacional uma proposta que altera a metodologia de cálculo do reajuste do salário mínimo para o ano de 2025. Se aprovada, essa mudança poderá reduzir o valor do piso nacional abaixo do inicialmente previsto.

A proposta visa controlar o crescimento da dívida pública enquanto ajusta a política econômica vigente.

Atualmente, o cálculo do salário mínimo é baseado em dois indicadores: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses e o Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.

Contudo, a nova proposta sugere um ajuste fundamentado na inflação, mas limitado a um intervalo entre 0,6% e 2,5% acima do indicador. Isso pode resultar em um valor menor para o trabalhador a partir do próximo ano.

Impactos da nova proposta

Se for aprovada, a nova regra poderá reduzir o aumento do salário mínimo para R$ 105 em 2025, em comparação com os R$ 116 projetados pela regra atual. Isso significa que o valor poderá ser de R$ 1.517, R$ 11 a menos do que os R$ 1.528 inicialmente calculados.

No cenário econômico atual, essa diferença é significativa tanto para os brasileiros quanto para a administração pública.

Além das consequências para os trabalhadores, a mudança na regra de reajuste também impactaria a economia nacional.

Estima-se que a economia para os cofres públicos poderia chegar a R$ 110 bilhões até 2030, sendo R$ 2 bilhões somente em 2025. Essa medida contribuiria para o controle das despesas públicas.

Histórico recente do salário mínimo

Criado em 1936 durante o governo de Getúlio Vargas, o salário mínimo é um pilar fundamental para a economia brasileira, pois define o menor valor que um trabalhador deve receber por sua jornada de trabalho.

Isso impacta diretamente no poder de compra e na vida de milhões de pessoas; por isso, qualquer mudança em seu cálculo é de grande relevância para o país.

Em 2024, o valor foi fixado em R$ 1.412, representando um aumento de 7,7%. Nos anos anteriores, o crescimento variou conforme a inflação e outros fatores econômicos. Veja o histórico da última década:

• 2024: R$ 1412 (7,7%)
• 2023: R$ 1.302 (7,5% em janeiro) e R$ 1.320 (+1,4% a partir de maio)
• 2022: R$ 1.212 (10,18%)
• 2021: R$ 1.100 (5,26%)
• 2020: R$ 1039 (4,11% em janeiro) e R$ 1.045 (+0,58% a partir de julho)
• 2019: R$ 998 (4,61%)
• 2018: R$ 954 (1,81%)
• 2017: R$ 937 (6,48%)
• 2016: R$ 880 (11,68%)
• 2015: R$ 788 (8,84%)
• 2014: R$ 724 (6,78%)