'Ghosting' ultrapassa relacionamentos amorosos e alcança o mercado de trabalho
Pesquisa revela que o chamado 'ghosting' está cada vez mais presente em ambientes de trabalho; veja os dados.
O fenômeno do ‘ghosting‘, amplamente conhecido nas esferas dos relacionamentos pessoais e românticos, está encontrando um novo terreno para prosperar: o ambiente profissional.
Especialistas em carreira alertam para os riscos potenciais que essa prática representa tanto para os empregadores quanto para os candidatos a emprego.
Originando-se na era digital e nos aplicativos de namoro, o ghosting – definido como o encerramento abrupto e inesperado da comunicação sem qualquer explicação – está se infiltrando no processo de contratação e se tornando mais prevalente do que nunca.
Relatório revela ocorrência do ghosting no mundo corporativo
Pesquisa revela o uso de ghosting no ambiente de trabalho – Imagem: Reprodução
Segundo um relatório recente do site de empregos Even, cerca de 78% dos candidatos admitiram ter ‘fantasmado’ possíveis empregadores durante o processo de contratação, um aumento significativo em comparação com anos anteriores.
Essa tendência alarmante sugere uma mudança cultural no mundo corporativo, onde a comunicação é fundamental.
Além disso, o estudo também revelou que aproximadamente 40% dos candidatos afirmaram terem sido ‘fantasmas’ por empregadores após várias rodadas de entrevistas.
Isso indica que o ghosting não é uma prática exclusiva dos candidatos, mas também está sendo adotado por empregadores durante o processo de contratação.
Clint Carrens, estrategista de carreira da Job Search Academy do Even, enfatiza que o ghosting não é uma estratégia sensata para os candidatos.
Além de prejudicar suas chances futuras de obter emprego, pode também manchar sua reputação profissional. Por sua vez, os empregadores que recorrem ao ghosting correm o risco de danificar sua imagem de marca a longo prazo.
Uma cultura de ghosting pode minar a confiança dos candidatos no processo de contratação e prejudicar a reputação da empresa.
Carrens destaca que o ghosting não é uma solução viável para os candidatos, pois pode resultar em consequências graves, como sendo ‘sinalizados’ pelos empregadores e perdendo acesso a futuras oportunidades de emprego.
Por fim, a prática do ghosting no ambiente de trabalho representa uma falha fundamental na comunicação e na ética profissional.
Em um mundo onde a transparência e a honestidade são valorizadas, é essencial promover uma cultura de respeito mútuo e comunicação aberta tanto para candidatos quanto para empregadores.
Diante desse cenário, é fundamental que empresas e profissionais de recursos humanos reconheçam a importância de uma comunicação clara e respeitosa durante todo o processo de contratação, visando construir relacionamentos sólidos e duradouros com os candidatos.