Geração Z leva os pais para entrevista de emprego; entenda o motivo

Dados mostram que o mercado de trabalho não anda muito satisfeito com a juventude atual.

A geração Z tem inovado nas táticas de busca por uma colocação no mercado de trabalho. As entrevistas de emprego são transformadas em um verdadeiro evento familiar.

Um estudo intrigante da Intelligent, renomada revista online universitária, revelou que cerca de 20% dos empregadores já testemunharam a presença de um genitor orgulhoso durante uma entrevista de emprego para recém-formados.

Parece que a geração futura não está apenas trazendo seus diplomas, mas também uma plateia de apoio — afinal, quem não gostaria de ter a torcida dos pais na hora de conquistar o tão almejado emprego?

A revista Intelligent conduziu uma pesquisa Pollfish em dezembro de 2023, entrevistando 800 gerentes, diretores e executivos responsáveis por contratações nos EUA.

Os resultados revelaram que 39% dos empregadores têm uma preferência por contratar candidatos mais experientes, evitando assim a necessidade de entrevistar jovens da geração Z.

Geração Z tem causado insatisfação no mercado de trabalho – Foto: Internet/Reprodução

Postura da Geração Z incomoda

De acordo com informações do Business Insider, mais da metade dos empregadores apontaram que os jovens enfrentam desafios para estabelecer contato visual durante as entrevistas.

Quase metade deles também foi observada comparecendo com roupas inadequadas para tais ocasiões.

Adicionalmente, 50% dos recrutadores indicaram que as expectativas salariais dos recém-formados eram significativamente superiores à média oferecida para vagas iniciais.

E não para por aí: mesmo após a contratação, os jovens profissionais continuam a carregar a reputação de serem desafiadores no ambiente de trabalho.

Quase dois terços dos empregadores expressam a crença de que os recém-formados muitas vezes não conseguem lidar eficientemente com sua carga de trabalho.

A pesquisa concluiu que, pelo menos, 58% deles mostram uma propensão a se ofender facilmente, carecendo de preparo para o mercado de trabalho.

Isso se traduz em uma dificuldade em receber feedback e na ausência de habilidades de comunicação.

Destaque para jovens graduados na pandemia

De acordo com o relatório, empresas de renome como PWC, Deloitte e KPMG destacaram que os candidatos da geração Z, graduados durante a pandemia, enfrentam desafios em demonstrar habilidades fundamentais de comunicação e etiqueta no ambiente corporativo.

Diante disso, tais empresas têm implementado ações corretivas, oferecendo aulas adicionais sobre competências interpessoais, abordando temas como o correto envio de e-mails, código de vestimenta no escritório e trabalho em equipe.

Geração nem-nem

Esse estudo nos Estados Unidos não é o único que choca quando o assunto é geração Z e o meio corporativo.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) – Educação, de 2022, mostrou que entre os 49 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos em todo o país, 20% encontram-se fora do ambiente educacional e profissional, uma porcentagem ligeiramente inferior à registrada em 2019, quando atingiu 22,4%.

Esse grupo é conhecido como a “geração nem-nem”, caracterizada pela ausência tanto em estudos quanto no mercado de trabalho.

Na mesma faixa etária (15 a 29 anos), 15,7% dos jovens estavam simultaneamente estudando e trabalhando, 25,2% estavam dedicados aos estudos sem estar empregados, enquanto 39,1% estavam ocupados no mercado de trabalho sem estar matriculados em instituições educacionais.

Quando questionados sobre as razões primárias para abandonar a escola ou nunca terem frequentado, a necessidade de ingressar no mercado de trabalho foi citada como o fator predominante por esses jovens (40,2%), mesmo que nem sempre consigam encontrar trabalho.

A gravidez (22,4%) e a obrigação de realizar tarefas domésticas ou cuidar de outras pessoas (10,3%) foram motivos frequentemente mencionados, especialmente entre as mulheres.

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