Ferramenta inovadora pode identificar asteroides ‘assassinos’ escondidos no espaço

O algoritmo é configurado para encontrar somente asteroides do cinturão principal que orbitam entre Marte e Júpiter, mas não asteroides próximos à Terra, capazes de colidir com o nosso planeta.

Há seis meses, um grupo sem fins lucrativos anunciou a Fundação B612. Cocriada pelo ex-astronauta da NASA Edward Tsang Lu, levou à descoberta de 100 asteroides.

Engenheiro elétrico com doutorado em Física, Ed Lu (como é mais conhecido) relatou que as rochas espaciais foram identificadas por uma ferramenta inovadora.

De acordo com o jornal The New York Times, constantemente há relatos de descobertas de asteroides por observadores do mundo todo. Podemos incluir os amadores com telescópio no quintal e as pesquisas robóticas capazes de rastrearem os céus noturnos.

Com isso, pode-se afirmar que há cerca de 25 mil asteroides próximos à Terra com pelo menos 140 metros de diâmetro (essa é a dimensão mínima para classificá-los como “potencialmente perigosos”). Porém, houve a identificação de aproximadamente 40%. Enquanto isso, os outros 60%, ou cerca de 15 mil, permanecem escondidos.

Asteroides ‘assassinos’

Para os especialistas, se houvesse uma colisão com a Terra, cada rocha teria grande potencial para liberar energia equivalente a centenas de milhões de toneladas de TNT (substância química utilizada como explosivo militar e em demolições).

Obviamente, se isso acontecesse, o mundo seria destruído, ou milhares de seres vivos seriam exterminados. Portanto, realizar a identificação antecipada é fundamental para evitar o impacto com qualquer um desses asteroides “assassinos”.

Sistema revolucionário

Financiados pela Fundação B612, cientistas do Instituto de Pesquisa Intensiva de Dados em Astrofísica e Cosmologia da Universidade de Washington foram os responsáveis pelo desenvolvimento do sistema revolucionário capaz de ajudar a evitar um cenário de destruição.

A princípio, no recurso tecnológico, foram inseridas cerca de 412 mil imagens de arquivo do Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica-Infravermelha (NOIRLab), no intuito de “capturar” asteroides entre os 68 bilhões de pontos de luz cósmica “caçados” pelos telescópios da instituição administrada pelos Estados Unidos.

O algoritmo consegue não somente identificar os pontos de luz que podem ser possíveis asteroides, mas também desvendar quais pontos de imagens feitas em noites diferentes são do mesmo corpo. Assim, os pesquisadores descobriram uma forma de enxergar o que já foi visto, mas não notado.

Thor

Nomeado de “Recuperação de Órbita Heliocêntrica sem Trilha” (ou Thor, em inglês), o algoritmo tem a capacidade de construir uma órbita de teste que corresponde ao ponto de luz presenciado, revelando uma distância e velocidade.

Logo após, basta calcular onde o asteroide estaria nas noites seguintes e anteriores. Se o algoritmo conseguir unir cinco ou seis observações durante algumas semanas, o objeto se torna um candidato promissor a novo asteroide.

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