Fábrica de chocolates que fez parte da sua infância tem falência decretada pela Justiça
Fábrica de chocolates vai a falência devido a inadimplência. Empresa possui mais de R$ 125 milhões em dívidas.
No dia 27 de fevereiro, a fábrica de chocolate Pan decretou falência. Desde 2020, a empresa havia apresentado o pedido de autofalência dentro de um processo de recuperação judicial. Contudo, apenas no último mês a fábrica realmente decretou a falência.
A empresa, que foi fundada há 85 anos e possuía quatro filiais no país, foi comprada pelo Grupo Brasil Participações em outubro de 2016. O motivo por trás da falência está na inadimplência da indústria.
O juiz que decretou a falência da fábrica é Marcello de Amaral Perino, da 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem de São Paulo. Diante do caso, o magistrado afirmou que:
“A indústria é reconhecida como devedora contumaz dos tributos e sem a sua inscrição regularizada, não há como considerar como possível a continuidade das atividades da recuperanda […].
Nesta toada, de se relembrar que há mais de 20 (vinte) anos a recuperanda não recolhe regularmente seus impostos estaduais, conduta que se mostra contumaz e desleal para com seus concorrentes.”
Com a decisão, a indústria deverá ter suas atividades encerradas, os bens vendidos e o dinheiro será destinado para realizar o pagamento dos credores.
Funcionários da empresa se manifestaram em relação ao processo. Foi solicitado mais três meses para Justiça para que pudesse ser apresentado um novo plano de recuperação, viabilizando a possibilidade de reverter a falência.
Chocolate Pan foi à falência com divida milionária
Apesar da tentativa, uma nota da Procuradoria Geral do Estado apontou que a empresa possui mais de R$ 125 milhões em dívidas.
“Deste montante, R$ 125 milhões são débitos declarados de ICMS, aqueles previamente reconhecidos pelo próprio contribuinte. Não há pedido formal de parcelamento ou transação dos débitos no âmbito da PGE”, deixou claro a procuradoria.
A empresa explicou que o faturamento caiu por conta da reestruturação ocorrida em 2017 e devido ao período de pandemia. Nesse momento, os 52 funcionários da empresa serão demitidos e os maquinários serão vendidos para quitar a dívida milionária.