Drama no Ártico: aquecimento global coloca ursos polares em risco
Mudanças climáticas ameaçam a sobrevivência dos ursos polares no Canadá: suas fontes de alimento estão diminuindo e o derretimento precoce do gelo marinho coloca as populações em risco.
Os ursos polares do Canadá estão enfrentando novos desafios à medida que as mudanças climáticas afetam a disponibilidade de seus recursos alimentares.
A crescente presença desses animais na terra, resultado do derretimento precoce do gelo marinho, torna difícil para eles obter a nutrição necessária para manter a saúde e a sobrevivência.
A província de Manitoba, no Canadá, é um habitat preferencial para os ursos polares, pois oferece gelo marinho durante a maior parte do ano.
Este ambiente fornece as condições ideais para a caça de focas. No entanto, o verão derrete o gelo marinho, forçando os ursos a migrar para a terra, onde as fontes de alimento são escassas.
Adaptação difícil
De acordo com um recente estudo publicado na revista Nature, esta situação está piorando.
O aquecimento global a tornou ainda mais desafiadora, pois derrete o gelo marinho no início da primavera e o solidifica novamente tarde no outono.
Hoje, não existe estratégia vencedora para os ursos polares. Eles não encontram os alimentos de que necessitam em terra”, afirma Anthony Pagano, líder do estudo e biólogo pesquisador de vida selvagem do U.S. Geological Survey em Anchorage, Alasca, Estados Unidos.
Riscos de sobrevivência
Aquecimento global e desafios polares: a adaptabilidade precária dos ursos no Ártico – Imagem: Reprodução
O estudo alerta que os ursos polares, forçados a passar mais tempo na terra sem alimento suficiente, enfrentam uma luta pela sobrevivência.
Os ursos jovens são particularmente vulneráveis à fome, o que poderia ameaçar a sobrevivência de populações inteiras.
Além disso, a deslocação dos ursos polares para novas áreas terrestres na procura por alimento aumenta os confrontos perigosos com seres humanos.
Consequências climáticas
Os ursos polares vivem em 19 regiões do Ártico, desde o Canadá até a Groenlândia e a Rússia. Em todas as áreas, as mudanças climáticas têm causado perda de gelo, o que leva a um drástico declínio populacional.
De acordo com o estudo, o intervalo sem gelo aumentou em três semanas entre 1979 e 2015, provocando um declínio de 30% desde 1980 na população de ursos na Baía de Hudson.
Os especialistas alertam que as novas descobertas têm implicações importantes para a gestão da vida selvagem em áreas do Ártico, pois os ursos polares começam a mover-se para comunidades mal preparadas para lidar com eles.
Com a sobrevivência de muitos ursos polares em risco, o relatório oferece uma visão alarmante dos desafios enfrentados por esses animais devido às mudanças climáticas.